Autárquicas 2021
A única solução vencedora e regeneradora
António Rebelo
Julgo que acontece a todos os que escrevem. Anda-se por vezes dias e dias com determinado tema embargado por considerações de vária ordem. Calhou desta vez à excelente intervenção de Francisco Tavares, na assinatura do acordo de coligação encabeçada pelo CDS.
Deixo para outra ocasião aquilo que o dirigente centrista afirmou sobre turismo e indústria no vale do Nabão, de que não discordo inteiramente, para ir ao que me parece essencial nesta altura.
Os leitores podem testemunhar que desde o início venho defendendo uma ampla candidatura de centro direita, como única forma de poder ganhar as eleições e começar a trabalhar para ultrapassar a crónica crise tomarense. Numa terra com duas formações tradicionalmente ganhadoras, o PS e o PSD, e vários pretendentes a alcançar apenas um eleito em sete para o executivo, deixa de haver opções quando os que governam não estão à altura e os que deviam ser oposição também não.
Tal é a triste situação política tomarense nesta altura. Por motivos que seria demasiado longo explicar aqui agora, os socialistas estão sem planos e sem vontade de os fazer ou mandar fazer, apoiados pelos laranjas, seus simples duplicados, a dar a ideia de tudo fazerem para não vencer as eleições, porque a conjuntura é demasiado complexa, e estão também sem propostas de solução.
Em tal contexto, o CDS conseguiu um excelente cabeça de lista e já fez a parte que lhe competia até agora. Uniu-se com duas pequenas formações, esbarrando com a casmurrice e a arrogância do PSD.
Limitado pela intransigência e a falta de coragem alheia, o CDS está assim entre dois caminhos, ambos complicados. Ou opta pela modéstia, contenta-se com o já conseguido, e vai lutar para obter um vereador, de forma a fazer-se ouvir, e dentro de quatro anos.... Ou tem a coragem de reconhecer que, nas actuais circunstâncias, em Tomar quatro anos vão ser uma eternidade.
Não havendo, como todos sabemos, soluções milagrosas em nada, e muito menos na política, parece-me que em Tomar uma coligação CHEGA/CDS/MPT/PPM é a única hipótese de fazer frente ao desgastado PS e ao pasmado PSD, com sérias hipóteses de vencer. Não é fácil? Claro que não. Estes últimos tempos têm sido de acentuada crise para os centristas e o CHEGA está cheio de ilusões, como sempre acontece aos neófitos, havendo também problemas de protagonismo.
Mesmo assim, porque sinto estar em causa o futuro da minha querida terra, deixo aqui um apelo. Por favor, em nome de tudo o que nos une como nabantinos, sentem-se à mesma mesa, conversem e consigam um acordo eleitoral que abra perspectivas para Tomar. Tenham sempre presente que nas autárquicas, o presidente é o cabeça da lista mais votada, quaisquer que possam vir a ser os acordos post-eleitorais.
E lembrem-se que a crise é tão grave e as perspectivas tão sombrias, que um quadro militante do PSD-Tomar ousou escrever o que lhe vai na alma: Adiantou que no dia das eleições vai almoçar a Badajoz e que, com alguma sorte, quando voltar a Tomar as urnas já estarão encerradas e os votos contados.
É isto que querem para a nossa terra?
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