quinta-feira, 20 de maio de 2021



 

Foto Cidade de Tomar


Autárquicas 2021

AMÉRICO COSTA IGUAL A SI PRÓPRIO
LANÇA PROPOSTA MUITO OPORTUNA

António Rebelo

Foi a vez de Américo Costa, cabeça de lista do CHEGA para a AM, responder às perguntas das jornalistas de CIDADE DE TOMAR. Foi igual a si próprio. Um cidadão comprometido com a sua cidade, particularmente com o seu rio e o ambiente. E comprometido é mesmo o termo que convém neste caso, pois Américo Costa não se limita a cumprir os mínimos. Pelo contrário.
Há anos que vem lutando contra tudo e contra todos, no sentido de conseguir acabar com as causas da poluição do Nabão. Causa essas que identificou há anos, mas que só agora foram reconhecidas como tal pelos eleitos e autoridades, para daí retirarem benefícios.
O candidato lastima-se que lhe parece estar a ser usado para sacar dinheiros europeus, que afinal só vão permitir melhorar o saneamento básico no concelho de Ourém.
Em vantagem numérica, (duas senhoras a entrevistar um cavalheiro), as jornalistas não perderam a oportunidade de mexer com a faca na ferida. Lembraram ao ambientalista Costa que a sua candidatura de há quatro anos não foi propriamente um sucesso (obteve escassos 333 votos). O entrevistado concordou, informou que apenas gastou cinco euros na campanha e, mostrando-se homem de leituras, citou o general  De Gaulle: A França perdeu uma batalha, mas não perdeu o guerra.
Na mesma linha, o candidato do CHEGA reconhece que perdeu há quatro anos mas insiste agora e nunca vai desistir. Se fosse da extrema-esquerda, teria aproveitado para lançar a conhecida palavra de ordem A luta continua!
Candidato independente e simpatizante de um partido de direita, no qual segundo disse ainda não viu sinais de extremismo ou de fascismo, avançou uma proposta inesperada, que pode vir a causar algum reboliço no acanhado meio político nabantino:
"Uma das minhas propostas também é que nalgumas reuniões de Câmara e da Assembleia Municipal seja feito um teste de alcoolémia."
Então e depois, Américo? Caso se conclua, após o teste, que mais de metade dos eleitos "estão com o grão na asa", que fazer? Fornecer café, bem forte e sem açúcar, para tentar reverter? Ou anular a reunião por falta de quorum?
Evitam de começar já a armar-se em virgens ofendidas. Ignoro qual seja a situação presente, mas se Américo Costa falou da proposta é porque deve estar por dentro. No que me toca, nos anos 80, quando consegui arranjar paciência para aguentar um pouco mais de dois anos na bancada do PS na AM de Tomar, as reuniões do órgão autárquico deliberativo eram bem animadas.
Com o plenário a decorrer, havia reuniões mais restritas, num gabinete ao lado, com pão quente, presunto, salpicão, paio e vinho tinto com fartura. Chegou até a ser pornográfico, com cenas que não vêm agora ao caso, interrompidas com o apelo do saudoso presidente Pena Monteiro para que viessem votar. Com um grão na asa, é claro.

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