PS nacional/PS local
GENTE DESPROVIDA DE BOAS MANEIRAS
E QUE SÓ ATRAPALHA
António Rebelo
Está a causar celeuma a nível nacional uma mensagem do sr. Galamba, Secretário de Estado adjunto, apodando o programa Sexta às 9, da RTP 1, de "estrume" e "coisa asquerosa". O texto em questão foi depois apagado, mas o mal está feito. Mostra que um governante PS não sabe estar, como diria o RAP, é desprovido de boas maneiras, ou simplesmente malcriado, em português mais básico.
Falo nisto porque também em Tomar a maioria PS conta entre os seus membros e acólitos cidadãs e cidadãos que manifestamente não teriam perdido nada, caso tivessem tomado um pouco mais de chá na infância. Agora é tarde demais.
Penso designadamente na crónica alergia que mostram em relação a quem ousa opinar de forma que não lhes agrada, com destaque para o boicote ao odiado Tomar na rede.
É claro que tal maneira de proceder só pode encorajar os subordinados teóricos, que tudo indica serem na realidade os verdadeiros dirigentes camarários. O mundo às avessas, em suma. Permitam-me um caso concreto, para evitar dúvidas.
Fiz parte da Comissão de imprensa da Festa dos tabuleiros, durante mais de 20 anos, sob a direção do saudoso Romualdo Mela. Nessa qualidade, recebíamos os jornalistas visitantes no edifício do turismo, a quem entregávamos credenciais, para poderem circular livremente no cortejo.
Uma vez que trabalhara antes naquela casa, entre 1953 e 1957, conhecia bem o edifício, o que me permitia subir habitualmente ao 1º andar, à janela do canto, para fotografar os tabuleiros a saírem da Mata. Em 2019, dirigi-me ao turismo, cuja porta estava fechada, ao contrário do habitual em tal circunstância, e solicitei que me deixassem subir ao primeiro piso, como era costume. Foi até uma antiga aluna minha que transmitiu o meu pedido. Veio então uma senhora, com cara pouco amigável, que, num tom de adolescente com complexos, me recusou a entrada, alegando que depois todos lá queriam ir e não podia ser.
Senti-me naturalmente enxovado, por ter sido tratado como um gaiato insolente, e dias depois apresentei o caso por escrito à srª presidente da Câmara, em quem votara dois anos antes. Esperava no mínimo que apresentasse desculpas, em representação do turismo municipal, como lhe competia. Enganei-me. Nunca me respondeu. Decerto por considerar que o voto da sua funcionária superior malcriada vale mais do que o meu. Tomei nota. Agora todos os dias procuro que entenda o oposto: Os votos são todos iguais, mas há uns que têm mais influência que outros. Na próxima eleição, logo veremos quem tem razão.
Escrevo isto para que conste não ser caso único. A srª presidente desculpa-se sempre com a interioridade, quando se aborda o êxodo da população. É verdade que esse fator existe, estando todavia por demonstrar que seja único ou sequer o principal. Vários dados convergentes mostram que a falta de boas maneiras, a má educação e a cupidez de alguns funcionários superiores da autarquia, com o consentimento tácito de eleitos, têm provocado o desinteresse de potenciais investidores, e até o afastamento de alguns que já estavam no concelho. Porque ninguém gosta de ser explorado, nem tratado de forma insolente, como vem sucedendo.
Perguntas finais: A - Uma técnica superior de turismo que é malcriada e prepotente com os próprios habitantes da terra, como se comportará com os turistas? B - Uma presidente de câmara que dá cobertura a uma funcionária superior malcriada e prepotente, terá mesmo envergadura moral e ética para dirigir o concelho, em função dos interesses de todos os seus habitantes?
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