sexta-feira, 14 de maio de 2021

 







Política local

ÁGUA  E SANEAMENTO
O NOVO EL DORADO DOS ELEITOS

António Rebelo

Está por esclarecer -e estará durante muito tempo- o opaco processo de constituição da empresa intermunicipal Tejo Ambiente. No princípio eram doze. Ficaram seis, entre os quais dois praticamente arrastados pelos cabelos. Tudo é pouco transparente. A começar pelo desmantelamento dos SMAS, um serviço municipal, por uma maioria socialista.
Nos idos de 80, quando se tratou de entregar a rede municipal de distribuição de eletricidade à  EDP, para pagamento da dívida, pelo menos a câmara era AD (PSD-CDS-PPM). Desta vez ainda ninguém percebeu bem a manobra.
Baseada em dados nalguns casos falsos, a constituição da empresa Tejo Ambiente só podia dar mau resultado. E já começou a dar. 2,9 milhões de défice, logo no primeiro exercício é obra. Que implica para Tomar uma transferência de 813 mil euros este ano, mais 530 mil euros no próximo. Depois logo se verá. Ou a oposição se mexe, ou a situação só pode agravar-se.
Entretanto, como se tudo corresse pelo melhor, a Tejo Ambiente EIM, presidida por Anabela Freitas, resolve adjudicar à SUMA (empresa privada, do grupo Mota-Engil, em tempos presidido pelo socialista Jorge Coelho, há pouco falecido) pela bagatela de 20 milhões de euros, o serviço de recolha do lixo durante sete anos. Fica por esclarecer se também estão incluídos os resíduos sólidos, até agora a cargo da insolvente RESITEJO, que tem nos seus quadros o antecessor da atual presidente, o sr. Carlos Carrão, do PSD.
Temos assim uma curiosa situação. A Câmara de Tomar, que no início tinha a seu cargo todos os serviços básicos indispensáveis à comunidade concelhia, foi aligeirando o fardo. Primeiro foi a luz, depois os resíduos sólidos, agora a água e saneamento. Ficam-lhe os bombeiros, os parques e jardins e as feiras e mercados: Para quando as repetivas privatizações?
É que ficaria muito mais barato, pois evitaria a multiplicação de lugares de chefia para funcionários públicos. Repare-se: A Câmara torna-se sócia da Tejo Ambiente, a quem cede o monopólio da água e saneamento. A Tejo Ambiente subcontrata a recolha do lixo à SUMA, e os resíduos sólidos à ex-RESITEJO. Um  dia destes, resolve ir mais longe e concessiona a água a uma multinacional, como já foi feito antes em Ourém, e assim sucessivamente.
Pergunta final: Por este caminho, além de licenciar obras, cobrar impostos e taxas, e assegurar empregos improdutivos bem remunerados, a Câmara serve para quê?

2 comentários:

  1. ..., a Câmara serve para quê?
    Simplesmente para sacar dinheiro aos Seus Munícipes e nada mais.
    Mais dia menos dia, este negócio com esta empresa irá dar um problema idêntico ao(s) do(s) Parque(s) subterrâneos.
    Cumprimentos Professor Rebelo. O não sei das quantas...

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  2. E uma (DOC): Divisão de Obras e Celebrações
    É como uma simples divisão de qualquer serviço publico, mas muito mais cara.
    Ah, e eleita...logo, legitimada para gastar.

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