quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Ruínas romanas de Mérida-Espanha

Ruínas romanas de Conimbriga

Coliseu romano na Tunísia

Ruinas da cidade romana de Volubilis - Marrocos

Ruinas romanas de Balbek - Líbano

Ruínas romanas de Leptis magna - Líbia

Ruínas romanas de Jerasa - Jordânia

Ruínas da cidade romana de Palmira, na Síria.
Perante todos estes exemplos, comparando, as alegadas ruínas do pretenso fórum de Sellium valem mesmo alguma coisa em termos históricos e turísticos? Ou trata-se de mais uma treta para sacar dinheiro europeu e não só? Convém pensar um bocadinho.

Obras municipais -Turismo e museologia

Propõe-se M.I.J.A.R. ou C.A.G.A.R. 

Começa-se por explicitar que esta crónica pretende ser humorística. Irónica quanto baste, numa homenagem implícita a Gil Vicente, a Rabelais e ao vernáculo, neste tempo triste que vai correndo. Feita a advertência, vamos ao assunto.

Em 29 de Outubro passado, escreveu-se aqui um texto sobre aquelas obras atrás do quartel dos bombeiros, cujo empreiteiro se esteve nas tintas para os direitos dos cidadãos, ao ocupar com um tapume todo o passeio de um dos lados da rua. Disse-se então que eram "umas obras do futuro museu de coisa nenhuma, a que chamam "ruínas do fórum romano".

Embora Tomar a dianteira 3 tenha fraca audiência (média de 300 visualizações/dia), fruto de não ter a linha editorial do Correio da Manhã, e também, há que reconhecer, da tentativa de boicote dos apaniguados da maioria socialista local, sempre vai havendo cidadãos que fazem o sacrifício de ir lendo o que por aqui se escreve. Um sincero agradecimento para esses mártires da leitura.

Foi assim que um dia destes, o sr. vereador Tiago Carrão, na sua nova e bem-vinda fase de oposição activa, que já tardava e muito, interpelou o executivo sobre as tais obras do futuro museu de coisa nenhuma. Segundo li algures, respondeu-lhe o sr. vice-presidente, usando uma frase passe-partout : "O museu vai mostrar objectos e contar histórias". Como qualquer outro museu, imagine-se! Do MOMA, à SIGNORIA, ou do LOUVRE ao PERGAMON, passando pelo REINA SOFIA ou o HERMITAGE.

Esmiuçou então o ilustre autarca que houve necessidade de dividir o empreendimento em duas fases, por causa dos fundos europeus, (sempre os fundos de Bruxelas!), estando-se agora apenas na primeira fase. A segunda virá no próximo ano, com o projecto já em curso, e tendo havido mesmo a contratação de um arqueólogo. Será mais um técnico superior, a juntar à longa lista camarária, e a coisa não vai ficar por ali. Câmaras ricas é assim que procedem.

Perante tão sábios esclarecimentos, mesmo tendo em conta que, em relação à ocupação indevida do passeio, disse nada, Tomar a dianteira 3 concluiu ter exagerado um bocadinho ao usar a expressão "museu de coisa nenhuma". Realmente, em conformidade com as palavras do sr. vice-presidente, não será um museu de coisa nenhuma, mas antes um museu do que calhar, mais ou menos conseguido, como depois logo se verá. Os improvisos do costume.

Muito dependerá do novo arqueólogo contratado, que se ignora quem seja. Se for tão competente como o antropólogo da candidatura dos tabuleiros à UNESCO, que após mais de 3 anos de esforços, ainda nem sequer conseguiu a inscrição no património nacional, quanto mais agora no da UNESCO, podemos estar descansados. Não haverá museu nenhum. Como na Levada, onde há mais de 10 anos se previam três.

Qualquer que venha a ser o caso, com o intuito de ajudar, para que não se possa dizer, respeitando a verdade, que é só má-língua, tomo a liberdade de sugerir desde já duas designações possíveis para o futuro museu, com os respectivos acrónimos. Poderá ser o Museu Ibérico dos Jovens Arqueólogos Romanólogos - M.I.J.A.R., ou talvez um Centro Arqueológico dos Grandes Achados Romanos - C.A.G.A.R.

Podem não ser acrónimos muito asseados, mas são muito apelativos. Já estou a ouvir os turistas de fim de semana dizerem, com ar risonho de entendidos, -"vou ali a Tomar MIJAR", ou "vou ali a Tomar CAGAR e já volto". Com a virtude suplementar de mostrar porque há cada vez mais merda no vale nabantino.

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