sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Candidatura da Festa dos Tabuleiros

Os moliceiros é que andam na ria de Aveiro
mas a candidatura tomarense dos tabuleiros 
é que está a meter água

A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) formalizou, em abril, junto da UNESCO, a candidatura a Património Cultural Imaterial do barco moliceiro e a construção naval na Ria. Este processo foi lançado em 2019 e contou com o apoio técnico do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo que sustenta o caráter "altamente diferenciador" da embarcação na cultura ribeirinha a nível internacional.

No entanto, para a formalização da candidatura junto da UNESCO, o primeiro passo teria de ser a inscrição no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial, um processo submetido a 16 de março deste ano pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, que elaborou um Plano Estratégico de Salvaguarda a 10 anos (2022-2032) para o Moliceiro, como é exigido pela DGPC." (Diário de Aveiro online)

É uma ocorrência nabantina de pouca importância, que porém vale a pena contar, para memória futura. Numa altura em que se falou novamente da candidatura dos Tabuleiros a património imaterial da UNESCO, quem escreve estas linhas, apesar de detestado por parte dos seus conterrâneos mais evoluídos, devido ao "desejo mimético",  ainda vai tendo bons amigos nas margens do Nabão. E foi um deles, a quem se agradece, que enviou para Fortaleza a primeira imagem supra, com o comentário "é tudo património imaterial!"

Imediatamente se foi à procura na Net e encontrou-se a notícia em causa, da qual  se copiaram os dois primeiros parágrafos acima. Da sua leitura se conclui que os aveirenses se candidataram em Abril deste ano directamente na UNESCO, onde foram informados que primeiro teriam de obter a inscrição na lista nacional do património imaterial. Esclareceram que a candidatura já fora entregue no mês anterior, e que estavam aguardando apenas a inscrição na lista nacional, o que acaba de acontecer, nove meses depois.

Não se duvida de modo algum que, apesar dos sobressaltos, a candidatura tomarense da Festa dos tabuleiros também acabe por ser aprovada, primeiro pela DGPC, depois pela UNESCO. Afinal já leva quase quatro anos de gestação, contra os nove meses de Aveiro. Quando tal vier a acontecer, convirá aproveitar a embalagem para candidatar também a património imaterial da UNESCO o modelo nabantino de candidatura, que tão boas provas tem dado ao longo do tempo, pelo que convém ser preservado.

1 comentário:

  1. As estatísticas da Google têm essa vantagem. Permitem saber no minuto qual é a situação das últimas 12 horas. Em relação a esta crónica, sobre a candidatura dos tabuleiros, por exemplo, desde esta manhã houve 180 visitas, mas só nove leram o texto. O habitual. Tratando-se de matéria indigesta, por mostrar como são os tomarenses e os seus servidores, quando comparados com outras terras, os queridos conterrâneos preferem não ler. Maneira hábil, pensam eles, de maquilhar a realidade. Se não leram não sabem, e se não sabem o problema não existe. Estou convencido de que, continuando por esse estranho caminho, são capazes de ir longe. Pode é acontecer que fiquem desagradavelmente surpreendidos com o que vão encontrar.
    No essencial, têm razão. Se os eleitos não são de primeira água, é porque os eleitores escolheram mal. Mas enquanto se recusarem de forma obstinada a assumir que se enganaram, como é que vamos poder mudar para melhor?
    É assim tão difícil admitir os erros? Como todos sabemos "Errar é humano", insistir nos erros é parvoíce.

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