Projetos municipais

Hotéis de luxo na Câmara e nos ex-SMAS?

https://radiohertz.pt/tomar-camara-quer-reabilitar-terreno-que-fica-nas-traseiras-do-convento-de-sao-francisco-propriedade-avaliada-em-cerca-de-750-mil-euros/

É melhor começar pelo link supra. Evita que alguns apaniguados da atual maioria venham clamar depois que é tudo mentira. Sem que se saiba qual a origem real da opção, Anabela Freitas insiste e insiste. Quer concentrar os serviços municipais num grande edifício administrativo, a construir de raíz nas traseiras de S. Francisco, quando há muito espaço livre dentro do próprio ex-convento. No antigo GAT, por exemplo.

Como já constatou decerto que a aceitação de tal ideia está longe de ser unânime, ou mesmo consensual, uma vez que não tem pés nem cabeça,  pelo menos enquanto não forem apresentadas justificações sérias, se as houver, a senhora presidente resolveu mudar de registo. Agora trata-se de "reabilitar o terreno que fica nas traseiras de S. Francisco". Mas porquê agora? Para quê? 

As perguntas impõem-se, posto que o terreno em causa é militar (Embora também possa ser já da Câmara, desde os anos 80 do século passado. Falta verificar.) e tem um valor calculado de 750 mil euros. Tão elevado, (equivalente ao preço de venda do Convento de Santa Iria e Colégio Feminino à empresa Vila Galé), que a própria Anabela Freitas ora fala de renda, ora fala de compra. Em que ficamos afinal?

Assim ou assado, parece que já está em curso a elaboração de um anteprojeto para o tal edifício administrativo, continuando contudo por explicar os fundamentos da mudança dos funcionários municipais da Praça da República  para S. Francisco. Falta de espaço não será. 

É certo que, tendo em conta a bem conhecida celeridade dos serviços municipais, tudo indica que, na melhor das hipóteses, só haverá mudança para S. Francisco (se chegar a haver) lá para 2026-27. Quando na presidência já estiver inevitavelmente outra pessoa. Porquê então tanta insistência, num projeto que outros só continuarão se assim o entenderem? O PSD e a restante oposição na AM não têm nada a dizer? Nada a perguntar? Aceitam a ideia, sem mais explicações? Já aceitaram?

A única justificação que encontro para tão abstrusa e inopinada decisão, seria a requalificação dos Paços do concelho e dos ex-SMAS como hotéis de luxo, com a vantagem do parque de estacionamento mesmo ao lado, numa terra bem carecida nessa área. Será possível? Não quero crer de todo. Mas em Tomar já nada me admira...