sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Política local - Autarquia

Uma maioria 

pouco mais que medíocre, mas muito útil

Praticamente sem querer, Tomar a dianteira 3 tem vindo a transformar-se no único órgão escrito da informação local que critica frontalmente a atual maioria socialista. Há também o nosso estimado colega Tomar na rede, mas esse só critica lateralmente. Nunca abertamente os 4 magníficos. Terá as suas razões. Quanto aos restantes, precisão a quanto obrigas, vai-se escrevendo e publicando o que se pode, como no tempo da censura. E assim se vai vivendo, com fins de mês algo problemáticos.

Não espanta por isso que, para a dita maioria e seus numerosos apaniguados da gamela, Tomar a dianteira 3 seja o inimigo a abater. Coisa que têm tentado, por vezes até de modo torpe. Não o tendo logrado até agora, vão propalando duas verdades só deles: "o gajo só sabe dizer mal" e "o gajo já não está bom da cabeça". Ignoro quantos eleitores possam acreditar em semelhantes tretas. Que eu saiba, nenhum dos membros do executivo teve ou tem qualquer preparação médica, para poder diagnosticar uma doença, sem sequer observar antes o doente com algum cuidado. Dá mesmo vontade de retorquir: E eles, agindo assim, estão bons da cabeça?

Sobre a outra treta, "o gajo só sabe dizer mal", era o que lhes convinha, mas não corresponde minimamente à realidade. Por um lado, nunca Tomar a dianteira 3 se meteu na vida privada dos eleitos, ou os acusou de falta de honestidade. Podia portanto ter sido muito pior. Por outro lado, conforme resulta do título desta crónica, nunca se classificou a atual maioria como má. Apenas um pouco abaixo de suficiente. Um 3 fraquinho, em termos de classificação escolar.

Isto porque, havendo quase sempre desacordo político de fundo, continuam a existir nichos de acordo e alguns raros casos de sucesso. Não sendo portanto a maravilha que se julga, a maioria autárquica socialista, apesar dos erros e lacunas cada vez frequentes, também tem sido muito útil. Permitiu, por exemplo, acabar com o mito local segundo o qual, "com uma mulher é que isto avançava. Estão habituadas a governar a casa."

Vai-se a ver, a senhora já está há dez anos no poder, que tem exercido com detalhes autocráticos, Tomar já perdeu 5 mil habitantes e o panorama está longe de ser luminoso. Se chamam a isto avançar, o meu vocabulário começa a estar caduco.

Outra fantasia que esta câmara enterrou foi aquela dos que consideravam, e se calhar ainda consideram, que não se fazem as obras indispensáveis porque não há dinheiro. Tendo espatifado mais de trinta milhões de euros em dez anos, em subsídios, eventos gratuitos e obras ornamentais, só por piada se pode continuar a dizer que não há dinheiro. Não há é quem o saiba administrar bem, em prol da comunidade tomarense.

Finalmente, terceiro caso em que esta câmara tem sido muito útil, cai pela base a vantagem da maioria absoluta, como condição para avançar com ideias e reformas estruturais. A este PS nabantino nunca faltaram os votos, mas tem-se revelado um deserto em termos de ideias fecundas, de reformas estruturais, ou mesmo de obras essenciais e urgentes.

É certo que ainda hoje o Sócrates tem milhares de admiradores, apesar de tudo o que já se sabe. É portanto natural que a maioria PS nabantina também tenha ainda muitos admiradores. Conviria no entanto, sobretudo para os da gamela, que começassem a esboçar uma alternativa melhor, até mesmo porque, quer chova quer faça sol, nas autárquicas de 2025 não há mais Anabela. E uma democracia madura não é uma monarquia. Não haverá portanto herdeiro ou herdeira, até porque a herança também não será muito apetecível. Mas aí, como dizem os caipiras do interior cearense, a opinião vareia e há quem desconcorde".

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