quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

 

Imagem copiada da Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3

Política local

Uma visão perigosa das coisas

TOMAR – Duas das quatro ambulâncias que tinham avariado já estão ao serviço dos Bombeiros do Município | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

https://tomarnarede.pt/sociedade/ambulancia-da-cruz-vermelha-continua-a-substituir-a-dos-bombeiros/

Tenho igual consideração e respeito por todos os cidadãos, e portanto pelos meus conterrâneos. O que não me impede de emitir opiniões fundamentadas sobre o seu desempenho, enquanto eleitos livremente pela população, procurando respeitar sempre a sua vida privada e a sua dignidade. Dito isto, que é indispensável para tentar evitar qualquer ideia de que, entre Anabela Freitas e Tiago Carrão prefiro um ou outro. Se tivesse de votar e a escolha fosse essa, julgo que não teria dúvidas. Mas em matéria de análise política não se trata de escolher, e sim de explicar e fundamentar os raciocínios.
Já desconfiara recentemente, aquando da questão do açude do Mouchão. Anabela Freitas assumiu uma posição insustentável porque ilógica, mesmo para os leigos. Qualquer pessoa intelectualmente capaz percebe que um açude fixo, que aumenta o nível médio da corrente pelo menos meio metro, só pode aumentar também o perigo de o curso de água galgar as margens imediatamente antes do açude em caso de inundação. Quem eventualmente tenha dúvidas sobre este ponto, fará o favor de perguntar a um engenheiro, sem mencionar nomes nem locais, para evitar equívocos interesseiros.
Uma interpelação do vereador Tiago Carrão, do PSD, na reunião do executivo do passado dia 26 (ver link no início) veio avolumar as minhas suspeitas de que a senhora presidente da câmara, no exercício normal das suas funções, pode vir a tomar decisões inaceitáveis porque baseadas em raciocínios sem lógica e perigosos, pelo que urge alertar a opinião pública tomarense para essa vertente, quiçá involuntária.
Na dita reunião, o eleito social democrata discordou das declarações de Anabela Freitas, segundo os quais "nunca esteve em perigo a prestação de socorro à população", o que não passa de uma verdade conveniente. Como é óbvio, numa determinada comunidade humana, residindo numa dada zona geográfica, se não há quase nenhum perigo com uma dotação de X ambulâncias e respectivas tripulações, o perigo de carência aumenta inevitavelmente com menos quatro ambulâncias em simultâneo, como foi o caso durante alguns dias. É indesmentível em termos de probabilidades.
O vereador do PSD não foi por aí directamente. Avançou uma conclusão semelhante, ao referir que, sem as ambulâncias e a contar com a solidariedade das corporações vizinhas, havia um problema de prontidão do socorro, particularmente importante em certos casos. A senhora presidente recorreu imediatamente aos tais raciocínios que se podem vir a revelar perigosos, procurando rebater a posição do social democrata.
Disse então duas coisas que não são aceitáveis entre políticos adultos e de boa fé. A primeira é que não se trata de solidariedade entre corporações, mas de triangulação. E o que é a triangulação, senhora presidente, senão a distribuição entre entidades solidárias que assumiram esse compromisso? E se são solidárias, praticam a solidariedade inevitavelmente. Ou não?
Depois, Anabela Freitas embrulhou-se, na vã tentativa de demonstrar que também não estiveram em causa os tempos de espera, situação que só pode gerar desconforto, numa altura em que doentes esperam horas e horas por esse país fora, sobretudo no atendimento médico, por falta de recursos humanos e materiais.
Com ou sem triangulação, com ou sem solidariedade, o vereador Tiago Carrão tem razão. Na esmagadora maioria das situações de urgência, a ambulância mais próxima é sempre a dos bombeiros do concelho respectivo. E quanto mais próximos estejam, mais depressa chegam. Ou em Tomar também é diferente neste caso?


1 comentário:

  1. Recuemos ao inicio do primeiro mandato de Anabela Freitas .
    O Sr. Oliveira proprietário do restaurante Piri Piri sito na rua dos Moinhos ,sente-se mal. É acionado o socorro avançam duas ambulâncias estas não conseguem aceder á sua morada também na rua dos Moinhos devido a automóveis estacionados ,ato contínuo deslocam-se para a rotunda Alves Redol onde prestam o socorro dentro de uma da ambulâncias .
    Pela celeuma então levantada por se encontrarem veículos estacionados na referida rua impedindo o socorro , não tendo chegado atempadamente ,nunca se sabendo se por isso mas o Sr. Oliveira veio a falecer .
    Poucos dias após a Sr. Anabela Freitas e bem ,manda proibir o estacionamento na referida rua e nas adjacentes .
    Ou seja neste caso a urgência de aceder ao local do socorro era importante !
    Anos depois já não é (dá jeito ,e é politica ) !?
    Isto á cada coisa !!!

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