quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Aspecto do museu dos fósforos

Autarquia

A mania dos museus

O núcleo do centro histórico, do Bairro das flores à Várzea grande, está cada vez mais deserto. Ainda vai resistindo algum comércio de proximidade, mas quanto a população... Basta pensar que na principal praça da cidade, a praça da  República, ou simplesmente "a praça", como se dizia antigamente, há anos que não mora ninguém. E nas outras ruas o panorama não é muito diferente.

Só agora, confrontados com o problema da usual ornamentação das "ruas populares" durante a festa dos tabuleiros, é que algumas "cabeças" locais se deram conta do óbvio: Têm de encontrar e pagar a quem queira ornamentar, porque moradores já não há, ou não são suficientes.

Em vez de se preocuparem com tal sangria, estudando ou mandando estudar o fenómeno, de forma a encontrarem soluções para o problema, os queridos conterrâneos parecem mais preocupados com a criação de novos museus. Se calhar por pensarem que será o melhor caminho para transformar ainda mais rapidamente a própria cidade num museu. Museus em vez de residentes.

Recapitulando, quanto a museus estamos assim:

1 - Museu dos fósforos - Legado Aquiles Mota Lima - Entrada gratuita - Precisa de obras de ampliação;

2 - Museu Abraão Zacuto - Na Sinagoga - Entrada gratuita -Foi requalificado em 2021;

3 - Museu de Arte Contemporânea - Entrada gratuita - Horário a consultar;

4 - Museu lapidar da UAMOC - Convento de Cristo - Fechado - Visitável a pedido;

5 - Museu municipal João de Castilho -Edifício do turismo - Desmantelado pelo PSD;

6 - Museu do brinquedo - Convento de S. Francisco - A aguardar instalação;

7 - Museu dos tabuleiros -ainda não existe, mas há pedidos insistentes nesse sentido;

8 - Museus da Levada -Fundição, eletricidade e moagem - a aguardar instalação há 10 anos;

9 - Museu do alegado "fórum romano" - Atualmente em obras;

10 - Museu templário - a instalar onde está agora a Escola Profissional - já tem diretor;

11 - Museu Mello e Castro - a instalar na casa natal da pintora, rua Alexandre Herculano;

12 - Museu Tó Carvalho - quando houver um executivo que ceda instalações;

13 - Museu da latoaria de Américo Migalhas - Estrada de Leiria - Particular;

Com tão longa série de museus sem receitas e quase sem público, os senhores autarcas estão aguardando o quê para estudar o problema? Se nem sequer há estacionamento suficiente em nenhum deles, estão à espera que os visitantes levem os veículos dentro do bolso durante a visita?

E para pagar as despesas de funcionamento? O presidente de Abrantes já anunciou cortes drásticos pelo Natal, alegando que a energia aumentou 400%. Em Tomar, a energia é mais barata? Há poços de petróleo no concelho? Fábricas de hidrogénio verde? Ou estão convencidos que a Europa paga tudo?

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