quinta-feira, 22 de dezembro de 2022



Bombeiros municipais

Bombeiros, ambulâncias e balelas municipais

ttps://radiohertz.pt/tomar-falta-de-ambulancias-na-corporacao-dos-bombeiros-anabela-freitas-fez-ponto-de-situacao-e-assegura-que-o-socorro-a-populacao-nunca-esteve-em-causa/

De tudo querer explicar, à sua maneira, acaba por fornecer lenha para se queimar. Tal é a curiosa situação da nossa senhora presidente. Desta feita, tratou-se de justificar a bronca das 4 ambulâncias avariadas ao mesmo tempo, garantindo à população que o socorro nunca esteve em causa. Caiu assim na situação daquele dito popular "Com as calças do meu pai, também eu sou um homem". Isto porque só não houve mesmo falta de socorro graças à boa vontade da Cruz Vermelha, e das corporações de bombeiros da zona, que são todas entidades privadas. E se, por lamentável coincidência, esses bombeiros também não tivessem ambulâncias disponíveis, como era? Vinham os bombeiros do regimento de urgência de Abrantes? Ou os de Leiria?

Na ânsia de tudo justificar sem ter como, a nossa senhora presidente acabou também por avançar esta informação: "Tomar é o segundo concelho do distrito de Santarém com mais ocorrências." Subentendido, as ambulâncias estão todas no estaleiro por excesso de trabalho, provocado pelos tomarenses que pedem demasiado socorro.

Pois trata-se apenas de mais uma verdade conveniente. Na realidade, as duas outras cidades do distrito de Santarém com população igual ou superior a Tomar, têm situações bem diferentes e mais fiáveis que a nossa. Santarém têm duas corporações de bombeiros, os municipais e os voluntários, que naturalmente dividem as tarefas, pelo que as ocorrências respectivas devem ser somadas, antes de comparar com Tomar.

Quanto a Ourém, há apenas bombeiros voluntários, mas numerosos e bem equipados. Têm quatro quartéis no concelho, em Caxarias, Fátima, Freixianda e Ourém. Aqui na zona, só Tomar resolveu municipalizar os bombeiros, sem nunca ter explicado cabalmente porquê e para quê. Este lamentável acaso das ambulâncias avariadas veio mostrar mais uma vez que a nossa senhora presidente tem grande facilidade de palavra, e quiçá boas intenções, mas quanto ao resto...

Os tomarenses gostam de explicações, sem verdades convenientes de preferência. Mas querem sobretudo, bombeiros suficientes e bem treinados, com bom equipamento e bom material rolante, bem geridos e bem pagos. 

Vem a propósito o caso do velho cabo de corneteiros do 15, quando o quartel ainda era em S. Francisco. Para comodidade dos vizinhos e dos próprios militares, iam treinar para o pinhal de Santa Bárbara, nas traseiras do quartel. Era só atravessar a estrada e subir. Chegados lá em cima, o cabo corneteiro era objectivo: -"Tão aí as cornetas. Quem sabe toca. Quem não sabe passa a outro, que não há cornetas para todos." É como na câmara sobre os bombeiros. Quem sabe, dirige. Quem não sabe, que passe a tarefa a outro, pois não há bombeiros nem material para tudo.

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