No século passado, a promoção do turismo espanhol era feita com o mote "España es diferente". Volvidos todos estes anos, parece-me que agora se pode dizer com propriedade Tomar é diferente. Com uma diferença de vulto. Enquanto no caso espanhol se subentendia que Espanha era diferente para melhor, no caso tomarense deve considerar-se que é para pior.
Antes de mais porque, dos numerosos erros crassos cometido pelos sucessivos autarcas, praticamente nenhum foi corrigido. Maneira subtil de afirmar que no fim de contas não houve erros nenhuns. Aquele muro entre a rotunda e a antiga moagem continua por explicar? Habituem-se! A barraquinha do Mouchão nunca serviu nem serve para nada? Habituem-se! A Estrada do Convento ficou mais estreita depois das obras, o que impede que os autocarros de turismo possam circular nos dois sentidos? Habituem-se! O Parque de campismo fechou por manifesta aselhice? Habituem-se! Os propalados museus da Levada continuam aguardando melhores dias? Habituem-se!
Como se tudo isto, (e muito mais que fica por dizer), não bastasse, temos também o problema da sinalização. Repare-se nesta foto, tirada ontem, 26 de Maio de 2017:
O infeliz motorista que, ao cimo da Avenida Cândido Madureira, se prepare para virar à direita, para a Rua do Pé da Costa de Baixo, é confrontado com nada menos de sete sinais de trânsito, sete! Ou seja: caso não esteja habituado às coisas à moda de Tomar, o mais prudente será parar, para ter tempo de visualizar e interpretar aquele pequeno bosque de sinais. Porque não é fácil. Menos de dois metros de largura, menos de três metros de altura, menos de 3,5 toneladas...
Não seria muito mais simples colocar uma única placa indicando "Acesso restrito. Só moradores e parque pago para automóveis"?
Se a situação já não era nada cómoda, agora com a nova indicação transitória, complicou-se ainda mais. Basta pensar nos infelizes turistas que julgam poder chegar por ali ao parque de estacionamento, enganados pelas respectivas placas, que não foram tapadas. Pouco habituados às ruas estreitas da cidade antiga e às respectivas saídas, devem ficar depois com uma excelente impressão.
Tudo porque, mais uma vez, uma tarefa municipal não foi correctamente executada. E estou convencido de que assim se vai manter até à conclusão das obras. Porque Tomar é diferente. Quem manda julga que tem sempre razão. E nunca dá o braço a torcer. Era só o que faltava! E quem executa está-se nas tintas, porque ganha o mesmo assim ou assado.
Por isso estamos cada vez melhor. Pobre terra!
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