quarta-feira, 31 de maio de 2017

Sobre informação, competência e coragem

Na Conferência Internacional do Estoril, que contou com a participação de Aldo Moro, António Di Pietro, Baltazar Garzón e Carlos Alexandre, o juíz italiano que conduziu a operação Mãos limpas, foi bem claro: "Se a informação não é livre, independente e transparente, a democracia está em causa."
Magistrado culto e de boa educação. Di Pietro teve em conta que "em casa de enforcado nunca é conveniente falar de cordas". Por isso terá omitido que, além de livre, independente e transparente, a informação também deve ser capaz e corajosa. 
De que podem servir a liberdade, a independência e a transparência, quando faltam a capacidade, a competência e a coragem para publicar ocorrências menos convenientes para quem sustenta os órgãos informativos?

2 comentários:

  1. Quanto a mim, a grande falha do nosso actual sistema democrático é a ausência de condições, para a democracia, pois na minha maneira de sentir as coisas, tudo falhou e falha, no que a frase cita, nomeadamente a democracia já está mesmo em causa.
    "Se a informação não é livre, independente e transparente, a democracia está em causa.",
    Tal como na frase seguinte o meu caro diz e cita, também clarifica a realidade que vivemos, “Magistrado culto e de boa educação. Di Pietro teve em conta que "em casa de enforcado nunca é conveniente falar de cordas". Por isso terá omitido que, além de livre, independente e transparente, a informação também deve ser capaz e corajosa”.
    Nas actuais condições de vida da esmagadora maioria das pessoas e empresas, em especial as ligadas à informação, tudo está em causa, falta e é já desprezível, pois as pessoas procuram a sua própria sobrevivência, tudo o resto deixou de ter já valor.
    Por isso tal como muitos analistas, eu algumas vezes julgo mesmo, que o que agora vivemos é só uma espécie de democracia e só isso.

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  2. Concordo consigo. Citei Di Pietro e publiquei apenas para aliviar o espírito. Sei bem qual a situação geral, particularmente em Tomar. Os visados detestam ler a verdade e negam estar muito condicionados, quando afinal sentem muito bem as cordas que os amarram e os impedem de escrever sem empecilhos. Como é que isto se pode ultrapassar? Ignoro. Mas creio que não será pelo silêncio nem pela mentira descarada.

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