Já Camões constatou que "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades/ todo o mundo é feito de mudança, tomando sempre novas qualidades". Pois é, ou melhor, pois era! Porque a mudança tem continuado sempre, porém nestes últimos tempos cá com uma velocidade que até nos deixa tontos.
Houve tempo em que, apesar da constante mudança, era costume dizer-se, parafraseando determinado autor castelhano, "eu não acredito em bruxas, mas lá que as há, há!" Onde isso já vai. Agora, segundo relata O Mirante, não só há mesmo bruxas, como até já existem bruxas falsas. Pelo menos uma delas acaba de ser condenada pelo competente tribunal de Santarém, a uma pena pesada, por ter extorquido 30 mil euros a uma cliente que almejava o regresso do marido.
Há aqui duas questões. Por um lado, seria muito apreciado que alguém esclarecesse, eventualmente os meritíssimos juizes, como pode um honrado cidadão distinguir uma bruxa verdadeira de uma bruxa falsa, uma vez que não consta haver uma carteira profissional de bruxa. Por outro lado, se tendo extorquido 30 mil euros, a dita falsa bruxa vai ter de cumprir 5 anos e oito meses de prisão, aquele outro que é acusado de ter provocado a morte de uma cliente no Brasil, para se apropriar de 4 milhões de euros, caso venha a ser finalmente julgado e considerado culpado, vai ter de cumprir quantos anos?
Realmente isto está mesmo tudo a mudar.
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