Pode ler-se no Cidade de Tomar hoje à venda uma entrevista de Bruno Graça, vereador e candidato da CDU, com perguntas feitas por Ana Felício e Elsa Lourenço. Após afirmar que o acordo com o PS continua válido, porque o contrário seria pior para a população, o eleito da CDU vinca que as promessas da CDU foram todas cumpridas, ou estão em vias disso, como no caso das hortas comunitárias.
Mais adiante, questionado sobre os objectivos da CDU nas próximas autarcas, o vereador foi lapidar: "O objectivo mínimo é duplicar os votos e alcançar um segundo vereador." Esta afirmação não é nova. Já mereceu até um anterior comentário neste blogue, no qual é referido não se ver como possa Bruno Graça vir a ter razão, uma vez que os dados disponíveis, designadamente o facto de os IpT não concorrerem, parecem apontar em sentido oposto. A CDU corre o risco de não eleger nenhum vereador, porque num mano a mano PS/PSD, o mais provável, tendo em conta os resultados anteriores é um 4/3.
Procurando tirar as coisas a limpo na medida do possível, recorreu-se mais uma vez aos dados oficiais da CNE e do MAI. Eis o que mostram:
Resultados eleitorais da FEPU, depois APU, actualmente CDU, no concelho de Tomar
Ano % de votos Vereadores
1976 7,45% -
1979 8,13% -
1982 12,29% 1
1985 12,30% 1
1989 12,43% 1
1993 5,65% -
1997 20,77% 1
2001 4,78% -
2005 6,15% -
2009 7,32% -
2013 9,19% 1
Perante um tal quadro, salvo melhor opinião fundamentada, em 11 consultas eleitorais a CDU só conseguiu um vereador em cinco. Outro dado interessante, após uma curta série de resultados em ascensão, como em 1976 >1989, segue-se um desastre de grandes proporções (5,65%, em 1993). Ao melhor resultado de sempre, 20,77% em 1997, seguiu-se o pior resultado de sempre, 4,78% em 2001. Desde então tem sido sempre a subir, pelo que um eventual desastre é mesmo o mais provável, a julgar pelo passado.
Em conclusão, uma vez que em 1997, apesar dos 20,77% obtidos, a CDU só conseguiu um vereador, não se vê em que se baseia Bruno Graça para tanto optimismo. Mesmo que viesse a duplicar os resultados, como refere, tal não garantiria um segundo vereador, como bem documenta o caso de 1997. Temos portanto que o mais provável é o vereador e candidato da CDU estar a usar a bem conhecida linguagem que dá pelo nome de futebolês, na qual as equipas também estão sempre muito motivadas e entram em campo para ganhar. Folgadamente.
Resta aguardar Outubro, reconhecendo que seria óptimo caso a CDU conseguisse um segundo vereador, pois isso iria decerto espevitar um executivo algo adormecido. Passado mais de um mês e apesar dos protestos, ainda não se sabe se as obras de arte do grafiteiro Violant são para ficar ou para apagar. Quer dizer, já foram a pagar, resta agora saber se haverá coragem para apagar tais anomalias.
ADENDA
Por lapso, não referi na peça uma informação importante avançada por Bruno Graça na entrevista citada: A CDU apresentará todos os seus candidatos E O PROGRAMA ELEITORAL em 24 de Junho próximo.
Até que enfim que uma formação política tomarense indica uma data precisa para difundir o seu programa. Os outros candidatos devem estar a aguardar melhores dias. Ou andarão à caça às ideias?
ADENDA
Por lapso, não referi na peça uma informação importante avançada por Bruno Graça na entrevista citada: A CDU apresentará todos os seus candidatos E O PROGRAMA ELEITORAL em 24 de Junho próximo.
Até que enfim que uma formação política tomarense indica uma data precisa para difundir o seu programa. Os outros candidatos devem estar a aguardar melhores dias. Ou andarão à caça às ideias?
Embora um pouco distante, e com escassas idas à cidade mais linda de Portugal, tenho a perceção que o mandato em curso foi positivo. O Bruno, à pergunta sobre se o "acordo" funcionou, deu uma resposta sensata: " Porque é que tem de acabar? As coisas não funcionam assim, primeiro trabalhamos em conjunto e depois começamos 'à pedrada' uns aos outros." (li no CdT online). O PS vai ganhar as eleições, o Bruno vai ter um bom resultado. Embora atamancada, a geringonçazinha funcionou. Mérito também da presidenta. Que mil geringonças floresçam pelo país, esta direita não se recomenda.
ResponderEliminarConcordo contigo no que à direita diz respeito aqui pelo vale do Nabão. Daí a aplaudir o trabalho durante o actual mandato, vai uma boa distância
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