A notícia é do colega Tomar na rede, sempre em cima do acontecimento, sempre a fazer o acontecimento. Relata um caso corrente em qualquer cidade. Dois autocarros, que transportaram a banda sinfónica da PSP, que proporcionou à população um concerto nocturno na Praça da República, estacionaram em cima do passeio. Aconteceu na Rua da Graça, aquela do hospital velho.
Não há dúvida de que se tratou de uma prevaricação, agravada por ser praticada por veículos ao serviço da PSP, que deve velar pelo cumprimento das regras de trânsito. Mas o caso ocorreu à noite e numa pequena cidade de província, cujo movimento pedonal citadino já não é grande durante o dia, quanto mais agora pela noite escura adentro. Usando o vocabulário típico das forças de segurança: "Não se registou qualquer alteração à ordem pública, nem transtorno para a população." Excepto para os comentadores de Tomar na rede, que decerto nem por lá passaram.
Estrangeirado assumido como sou, mas também baptizado em S. João Baptista, aluno da escola da Várzea Grande e da Jácome Ratton cá de baixo, julgo ter algumas vezes uma visão diferente das coisas. É o caso. Considero que quem falhou neste assunto do estacionamento abusivo em cima do passeio, não foram os motoristas, nem o pessoal da banda, que esses vieram só para nos dar música, no bom sentido da expressão. Foi quem não os informou atempadamente que havia estacionamento gratuito 50 metros ao lado, na Várzea Grande. Ou seja, houve mais uma vez falta de adequada organização da parte da autarquia, a quem competem estas coisas do trânsito e estacionamento. Mas deve ter sido por falta de pessoal.
E depois é sempre mais fácil bater nos visitantes, porque com os de cá a gente cruza-se todos os dias na rua. Citando o falecido Romualdo Mella, à época chefe de redacção de Cidade de Tomar: "Se eu publicasse uma coisa dessas, depois com que cara é que entrava no [café] Paraíso? O jornal não pode chocar."
É também por isso, por causa dessa mentalidade que, cinquenta anos mais tarde e em democracia plural há mais de quatro décadas, estamos tão bem servidos de informação a nível local. Noticiam-se minhoquices, para entreter. Ignora-se o principal, para não chocar os instalados.
Estrangeirado assumido como sou, mas também baptizado em S. João Baptista, aluno da escola da Várzea Grande e da Jácome Ratton cá de baixo, julgo ter algumas vezes uma visão diferente das coisas. É o caso. Considero que quem falhou neste assunto do estacionamento abusivo em cima do passeio, não foram os motoristas, nem o pessoal da banda, que esses vieram só para nos dar música, no bom sentido da expressão. Foi quem não os informou atempadamente que havia estacionamento gratuito 50 metros ao lado, na Várzea Grande. Ou seja, houve mais uma vez falta de adequada organização da parte da autarquia, a quem competem estas coisas do trânsito e estacionamento. Mas deve ter sido por falta de pessoal.
E depois é sempre mais fácil bater nos visitantes, porque com os de cá a gente cruza-se todos os dias na rua. Citando o falecido Romualdo Mella, à época chefe de redacção de Cidade de Tomar: "Se eu publicasse uma coisa dessas, depois com que cara é que entrava no [café] Paraíso? O jornal não pode chocar."
É também por isso, por causa dessa mentalidade que, cinquenta anos mais tarde e em democracia plural há mais de quatro décadas, estamos tão bem servidos de informação a nível local. Noticiam-se minhoquices, para entreter. Ignora-se o principal, para não chocar os instalados.
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