Aconteceu ontem, em ocasional e curta conversa com um dos profissionais da informação local. Por acaso um dos melhores. Ou dos menos maus, depende dos pontos de vista. Trocadas duas frases sobre o estado a que isto já chegou, avancei a minha opinião. Moderadamente negativa, por já saber que não convém chocar a usual auto-condescendência tomarense. Resultou. Houve apenas discordância sorridente. O interlocutor foi pronto da resposta: -Isto agora com a malta nova...
Fiquei logo com mais alguma esperança no curto futuro que ainda me cabe. O pior é que, chegado a casa, comecei a lei a informação disponível, topando logo com dois fragmentos, que passo a citar:
"Do Minho ao Algarve -ou a Timor, que as orgias patrióticas favorecem a reabilitação do Império- não há sentença tão repetida quanto a velha "A mim ninguém me engana". E o engraçado é que também não é preciso. Os portugueses enganam-se sozinhos."
Alberto Gonçalves, Portugal: 12 pontos, Observador online, 20/05/2017
"Na última meia dúzia de anos, os portugueses passaram por dois regimes noticiosos. Entre 2011 e 2015, não podia haver boas notícias. Desde 2015, não pode haver más notícias... ... ...
... De boa notícia em boa notícia, arriscamo-nos a chegar a uma má notícia final."
Rui Ramos, O país onde todas as notícias são boas, Observador online, 19/05/2017
Bem sei que se trata em ambos os casos de comentadores que não são do PCP, do BE, nem do PS. Perigosos direitistas, portanto. Mas em França aquilo não está também a ir para direita a toda a velocidade, após quatro anos de governo socialista? E não de lá que nos chegam as novidades, pelo menos desde o tempo do Eça?
Nesse tempo vinham pelo Sud-Expresso. Agora há mais de uma dezena de voos diários.
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