terça-feira, 23 de maio de 2017

Às avessas

Li e ouvi no Tomar na rede. A candidatura de Luís Boavida -Acreditar em Tomar- apresentou um hino de campanha. É capaz de ser a nova ordem natural das coisas. Musicar aquilo que ainda não existe politicamente, uma vez que se desconhece o fundamental programa político. Estamos portanto perante algo de invertebrado em termos práticos. Uma coisa em forma de assim. Para mais, com uma qualidade técnica à moda da casa. Parece-me que a ordem lógica seria apresentar a candidatura, depois o programa e por fim a música para a campanha. mas sou capaz de estar a ver mal. Seja como for, seria cómico se tivéssemos uma campanha eleitoral com dois tipos de candidatura: Tipo A - Candidatura sem programa político, mas com música própria; Tipo B - Candidatura com programa político, mas sem música própria. Seria mais uma originalidade tomarense. Que até pode muito bem vir a acontecer, pelo menos em parte, pois já há indícios apontando nessa direcção. Por enquanto, das cinco candidaturas já anunciadas, só uma marcou data para apresentar o respectivo programa eleitoral. Foi a CDU, que indicou o dia 24 de Junho para esse efeito. Os outros candidatos já estão de férias?
Mais uma vez ouso escrever o óbvio. Este episódio laranja é para mim a prova indesmentível de algo muito grave. Pelo menos por enquanto, o principal candidato à sucessão do actual mandato PS, pretende sobretudo dar musica ao pessoal, como se pode constatar, ler e ouvir. Por conseguinte, serei mais uma vez alcunhado de má língua, senão mesmo de coisas piores. Nesta desgraçada terra, a culpa é sempre dos outros. Ou morre solteira, coitada. 
Por isso continuamos de vento em popa...rumo ao abismo. Esperançados no optimismo circunstancial de Marcelo & Costa, E.P.

2 comentários:

  1. Caro amigo, como sabe, sou grande seguidor das suas escritas e crónicas após crónicas, não pude deixar de vir colocar o meu comentário.
    Já reparei que está um tanto ou quanto "obcecado" pelo programa. Nenhuma candidatura pode sequer pestanejar que enquanto não tiver o programa, o caro amigo irá criticar. Um "bota abaixo" que até quando tiverem programa, o fará. Porque não tenta ir pelo lado positivo? porque será que o Tuga tem que ser tão tóxico? E claro que estou a ser abrangente, com todas as cores partidárias.
    Quanto à actividade dos laranjas. Ora, eu cá, fiquei agradavelmente surpreendido. Não se estão a fechar em quatro paredes e não se limitam a apresentar presidentes de junta ou a fazer aqueles longos discursos que nada dizem. Estão sim a ir “ao povo”, no dia da mãe fizeram um gesto muito bonito e a maioria parecia não ser militante e aqui, estão a dar oportunidade a uns jovens que pretendem sonhar em ser cantores. Uma campanha inovadora que me parece estar a cair muito bem.
    Quanto ao programa, também acho importantíssimo, se não o essencial. Mas se for como o da prometida Mudança, que todas as quinzenas havia um rol de promessas e que agora vemos que não passaram disso mesmo… promessas. Então o programa deles, bem pode ser enviado para o lixo porque só serviu para gastar papel.
    Abraço, amigo.
    António

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É uma interpretação possível e plausível, essa de estar "obsecado" pelo programa. Acredite porém que a minha insistência nada tem de oculto, doentio ou pessoal.Pelo contrário, tem como objectivo único a eventual ultrapassagem da crise e o progresso local.
      Como bem sabe e de resto até exemplifica, mesmo com programa sufragado, os candidatos depois estão-se nas tintas para o programa e para as promessas. Agora imagine o que será sem programa...
      Antigamente, o povo dizia que "Com papas e bolos..." Agora em Tomar a nova fórmula parece ser "Com sopas, festas, subsidios e dolos, se enganam os tolos." Tristes tempos.

      Eliminar