Executivo Municipal
Para quê sujar a democracia
se é melhor honrá-la?
A recente denúncia de abusos evidentes na construção daquele prédio entre as escolas Gualdim Pais e Nun'Álvares Pereira, aqui em Tomar a dianteira 3, e depois no Tomar na rede, citando o texto de origem, desencadeou uma vaga de indignação. Para terem uma ideia, o texto de Tomar a dianteira 3 chegou às 400 visualizações, apesar do boicote em vigor, e o de Tomar na rede já ultrapassa as 145 mil.
Perante tal vaga, parece ter havido alguma desorientação em certas cabeças eleitas, menos habituadas à vivência em democracia. Em vez de fazerem o mais simples e lógico, resolveram recorrer à fórmula usual. Fecharam-se e fomentaram a "plantação" de comentários, tentando desviar a atenção, desorientar e confundir os eleitores. Nesta altura são já 18, só no Tomar na rede, para todos os gostos, com predominância de implicados e costumeiros defensores do executivo.
Recomenda-se a leitura atenta de todos eles, mas aqui vão alguns excertos, para os leitores com menos tempo livre terem uma ideia: "Nada demais, numa terra onde as esplanadas impedem a circulação das pessoas." "Antes de emitirem opiniões e críticas era bom primeiro que se informassem quais os antecedentes e condicionamentos." "Criticar é sempre mais fácil que apresentar ideias e soluções." "Está muito bem, os críticos que metam uma rolha." "A maioria dos comentários são verdadeiras aberrações." "Claramente um artigo encomendado."
Tenta-se compreender a habitual posição da maioria PS. nabantina. Como autarcas, raramente respeitam a Lei do direito à informação, como deviam, quanto mais agora a democracia. São respeitáveis cidadãos sem dúvida alguma, todavia educados numa época em que bastava controlar a imprensa para gerir descansado. Agora, com o aumento exponencial de suportes de comunicação que não se "vendem" porque não necessitam, a coisa complicou-se singularmente. Já com o camarada Sócrates, por exemplo, foi uma maçada, por causa de certo blogue.
Em vez de insistirem no modelo "nada a declarar" e no recurso a serventuários encapotados, para fazerem o "trabalho de sapa", não seria mais fácil ousar mudar? Ou têm "coisas" escondidas? No caso, bastaria enfrentar a situação com coragem e dignidade, enviando para os dois blogues, que publicaram sobre o tema, um texto deste tipo: Caros munícipes: Lemos a vossa publicação sobre o prédio em construção... Temos o prazer de informar que o respetivo processo de licenciamento, incluindo o projeto, se encontra disponível para consulta todos os dias das 9H30 às 17H30, no edifício dos Paços do concelho - Divisão de Gestão do Território. Estarão presentes técnicos municipais, para responderem às eventuais questões, e para ajudarem na medida do possível.
Já foi enviada às obras agora em litígio uma brigada de fiscalização municipal, aguardando-se o respetivo relatório. Caso o mesmo venha a confirmar os abusos denunciados nos vossos textos, o executivo municipal notificará o empreiteiro, no sentido de repor a legalidade e pagar a eventual coima, se for caso disso.
Respeitosamente,
Não era muito mais simples rápido e eficaz agir assim? O problema são os maus hábitos, mas na política tudo tem cura. Só falta saber quando.
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