Vida local
Inconvenientes da falta de informação prévia
A saga de uma tomarense que "só" queria chegar a casa
"Foi no passado dia 8 de Outubro, depois de mais de 8h de trabalho, e de ter recolhido os meus filhos, de 3 e 6 anos, em casa dos meus pais, que, por volta das 19h parti para uma viagem de 2,5km, que dura, habitualmente, entre 5 e 10 minutos. Quando cheguei à Alameda 1 de Março, percebi que algo se passava, uma vez que vi grades e polícias na rua, mas desci tranquilamente a Rua Marquês de Pombal. Foi imediatamente após atravessar a Ponte Velha, que começaram os meus problemas. Estavam dois polícias a acabar de chegar para cortar o trânsito, sendo que um deles me informou que eu não poderia cortar à direita, mas apenas à esquerda, sem que me fosse transmitida qualquer outra informação. Não fiquei muito preocupada, uma vez que assumi que poderia seguir para casa via Avenida Dr Cândido Madureira e Castelo. No entanto, quando estava praticamente a chegar à Mata dos 7 Montes, vi o trânsito a abrandar, uma multidão a caminhar, e percebi que as coisas estariam complicadas. Virei para a direita, para o lado do castelo, onde se via também bastantes movimentações e, já depois de passar o Convento, vi o trânsito parado, um polícia a passar de mota, que ignorou a minha chamada, e percebi que também por ali não conseguiria chegar a casa... Voltei a descer à cidade, passei junto à Estação Ferroviária, subi ao Alto do Piolhinho, Algarvias, e virei à direita no cruzamento do Restaurante Pato Bravo, de modo a conseguir passar por trás do Convento e, finalmente, chegar a casa... Quando estava praticamente a chegar ao cruzamento dos Pegões, comecei a ver novamente o trânsito a abrandar, e vários carros parados à minha frente. Quando chegou a minha vez de falar com o senhor polícia, ele disse-me que não poderia cortar à direita, para ir para casa, que se encontrava, nesse momento, a 850m de nós. Ao explicar essa situação, foi-me dito que poderia então seguir, "mas devagarinho", até casa. O problema é que, nesta rua, o trânsito encontrava-se interrompido. Cerca de 5 minutos depois, sem qualquer resposta por parte das autoridades, optei por sair do carro e falar com o senhor guarda. Expliquei que tinha duas crianças no carro, que estava a 700m de casa e, claramente, não iria passar ninguém por ali entretanto. A mim, juntaram-se entretanto mais algumas pessoas, que precisavam de atravessar precisamente o mesmo troço da Rua de Leiria que eu precisava. Houve, inclusivamente, algumas pessoas que ali se encontravam, a incentivarem-me a passar, independentemente de ter ou não autorização. O Senhor Guarda que ali se encontrava transmitiu-me que, se o fizesse, iria ser autuada no valor de 500€. Questionei se, no caso de, como ele já tinha sugerido, "largar ali o carro e ir a pé para casa", ele me autuaria também, tendo-me sido dito que o valor a pagar seriam os mesmos 500€. Depois de muita insistência, de dizer que só poderia deixar-nos passar depois de terminar o que quer que fosse que se estava a passar, de referir diversas vezes que não tinha rádio para comunicar com os colegas, de eu lhe ter explicado várias vezes que tinha duas crianças dentro do carro, a alternativa que me foi dada foi estacionar o meu carro ao lado da carrinha da polícia que ali se encontrava, e percorrer a pé uma distância de cerca de 700m, pelo que perguntei ao Senhor Guarda se poderia ajudar-me a levar os miúdos para casa, uma vez que o mais novo estava, nesse momento, a dormir. Apesar da resposta negativa, fui buscar o meu carro, para o estacionar então onde o Senhor Guarda me indicou que poderia fazê-lo. No entanto, decidi, numa última tentativa, ligar para a PSP de Tomar. Ainda comecei a falar com quem me atendeu o telefone, mas, neste momento, fui informada pelos outros condutores que ali se encontravam que poderíamos, afinal, seguir o nosso percurso. E assim, 1h depois cheguei, finalmente, a casa."
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