Cultura e espectáculos
NÃO É POR FALTA DE EQUIPAMENTO MODERNO
Apesar da autocensura que impera na quase totalidade das redações tomarenses, cujos profissionais trabalham em condições que quem escreve estas linhas não aguentaria oito dias, mesmo que fosse obrigado depois a ir pedir comida à CÁRITAS, foram publicadas notícias sobre concertos gratuitos durante a Feira de Santa Iria, que causaram algum escândalo. O caso não é para menos, mesmo num concelho excessivamente acomodado, pois há casos de artistas que cobraram bastante dinheiro, que a Câmara nunca mais vai recuperar. Pedro Abrunhosa embolsou 25 mil euros por uma noite, e o Carreira 17.500€, de um total superior a 200 mil euros para todos os espectáculos da feira.
Numa terra com cada vez mais pobres, em que o Tomar na rede noticia que a CÁRITAS distribui comida gratuita a 700 pessoas, alguns terão pensado, eventualmente, que a Câmara não cobra entradas nos eventos que organiza, por não dispôr de equipamento adequado para o efeito.
Pois desiludam-se. De acordo com o Portal da contratação pública, onde cada entidade pública é obrigada a registar todos os contratos que faz, o Município de Tomar celebrou, em 06/09/2021, um ajuste directo com a empresa ETNAGA - Consultores de sistemas de informação, no valor de 6.560 euros, para "Aquisição de uma plataforma de gestão de bilhética para o Cine teatro Paraíso e eventos promovidos pelo Município."
Não será portanto por carência de material adequado, que a Câmara não cobra bilhetes de entrada nos eventos que organiza. A menos que a empresa contratada tenha recebido o dinheiro, sem nunca ter fornecido o material. Não seria caso virgem, com esta maioria socialista. Resta, por conseguinte, para além da falta de vontade política, a hipótese da falta de operadores para trabalhar com o material comprado. Afinal a autarquia tem só cerca de 600 funcionários, todos trabalhadores incansáveis, como é bem conhecido entre a população.
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