quinta-feira, 13 de outubro de 2022


Moção de censura do PSD

AFINAL ERA SÓ RONHA?

Sabem os tomarenses interessados que, durante os dois primeiros mandatos e parte deste, os socialistas governaram como quiseram. Não havia oposição ativa. Apenas no papel. Com a vitória de Montenegro e várias aselhices locais, tanto no executivo como na AM, os social-democratas resolveram rever a sua maneira de atuar e parecem ter conseguido assustar a maioria PS.

Fartos de ser maltratados, ou claramente colocados à margem, tanto no executivo como na Assembleia, os laranjas, conhecedores das duas moções aprovadas em 2021 e 2022, que impõem uma auditoria exterior às contas da Tejo Ambiente, convocaram uma conferência de imprensa e foram drásticos. Anunciaram que ou havia auditoria até ao final deste ano, ou em Janeiro próximo solicitavam a realização de uma sessão extraordinária da AM, para aí apresentarem a debate e votação, uma moção de censura à Câmara Municipal.

Tanto bastou para espevitar a maioria rosa, que se viu forçada a evidenciar a sua ronha. De acordo com documentos na posse de Tomar a dianteira, quando a conferência de imprensa do PSD se efetuou, e saiu o respetivo comunicado, já estava em curso a solicitada auditoria à Tejo Ambiente. Um mail desta empresa, informa o executivo municipal que foi decidido, na reunião de 6 de Outubro de 2022 do conselho de administração da Tejo Ambiente, presidido pelo Município de Ourém, e tendo como vice-presidente o Município de Tomar, encomendar a uma empresa especializada a solicitada auditoria às contas da Tejo Ambiente, entre Janeiro de 2020 e Dezembro de 2022.

Bela jogada do PS nabantino? Sem dúvida, mas com duas manchas: 1 - Porquê só um ano após a 1ª moção? 2 - Qual será o resultado final da auditoria, mesmo tendo em conta que, regra geral, é sempre favorável a quem paga?

Concluindo, torna-se óbvio que são de fato execráveis as relações políticas do PS com a oposição PSD. De tal forma que usaram de evidente ronha, para não comunicar atempadamente a já decidida realização da auditoria, assim deixando os social-democratas  na pouco confortável situação do corno que é sempre o último a saber. Maneira ardilosa de evidenciar que os eleitos PSD afinal nem sabem atualizar-se. Claramente uma canalhice política. Eis o triste resultado de dois mandatos em estreita consonância. E lá se vai a moção de censura Nabão abaixo?


1 comentário:


  1. Não há meio de nos vermos livres deste tema, onde toda a gente anda mal e parece que ninguém quer resolver o problema:
    - O PSD, por mais voltas que dê, não se consegue livrar da sua abstenção, que é igual a um voto a favor dos aumentos.
    Até percebo a angústia deste partido: é melhor ter uma coisa má do que não ter nada. Mas fica a dúvida: eles não têm a certeza do que fariam diferente, se fossem o executivo da Câmara.
    - O PS, o pai, ou mãe, de tudo isto, oscilando entre a defesa da situação e a limitação dos custos políticos dessa posição.
    E aqui vale tudo.
    Desde mostrar a euforia de quando no primeiro ano houve uma significativa redução dos preços, que se veio a ver que não era sustentada. Deu jeito para as eleições, que foram logo a seguir.
    Até ao incumprimento das resoluções da Assembleia Municipal (AM), prática que está a ser recorrente com este presidente.
    Mas neste caso concreto, o da auditoria, até com alguma razão: quem ia pagar o trabalho?
    - A Câmara que parece que está fora de tudo o que se passa. Nesta altura, como acionistas da Tejo Ambiente, já deviam estar a estudar propostas para reformular estruturas de preços, dar prioridade a investimentos e conter despesas.
    - A Tejo Ambiente (TA), que depois de tudo isto, se dispõe a fazer uma auditoria independente, como a AM queria.
    Não sei o que estão à espera de encontrar, se erros formais ou simples tomadas de decisão erradas ou no mínimo discutíveis. Em qualquer caso é remexer o passado e o nosso problema é de futuro.
    E não esqueçam que quem vai pagar a auditoria são os consumidores. Boa ajuda!
    - Os outros partidos, que, tipo CDU, se dispõem a ir para a luta, o que quer que isto seja. Nunca percebi o que querem fazer com o deficit da TA. Não pagamos?
    - Resumindo, se alguém quisesse resolver alguma coisa, o estudo que já devia estar feito era o da comparação de cenários
    alternativos ao atual figurino: Uma Tejozinha Ambiente com dois ou três municípios ou o regresso dos serviços municipalizados.
    Este trabalho podia ser feito sem despesa, usando técnicos do município, comparando os custos de cada cenário e o de não fazer nada. Podem trabalhar em cima (com os modelos) dos EVEFs já realizados e das contas da TA e dos SMAS.
    Cuidado com dois aspetos em particular: o que fazer com os contratos de fornecedores estabelecidos pela TA e o que fazer com o pessoal.
    Há mais de dois anos que defendo isto, mas sou só eu.

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