sábado, 29 de outubro de 2022


Imagens MRJN, com os agradecimentos de TAD3

Obras e direitos fundamentais

Mais um abuso...

Os leitores ainda se recordam decerto daquele prédio em construção, junto à escola Gualdim Pais, cujas obras ocupam ilegalmente grande parte do passeio. Apesar das notícias que foram lidas por milhares de cidadãos, ao que se sabe continua tudo na mesma. A tal mentalidade de quem devia governar: "É na nossa quinta, e portanto ninguém tem nada com isso!" Esquecem-se que a quinta tem mais de 30 mil donos com direito a voto...
Uma vez que não se falou mais no assunto, até passou despercebido outro abuso coetâneo do mesmo tipo, porém ainda mais grave. Na rua Carlos Campeão, entre os bombeiros e o cemitério velho, nas obras do futuro museu de coisa nenhuma, a que chamam "ruínas do fórum romano", o empreiteiro não esteve com meias medidas. Tratando-se de obras por conta dos donos da quinta, "prá frente é que é o caminho!". Tapou completamente o espaço do passeio, e uma parte da rua, em mais de 20 metros, conforme se pode ver nas fotos.
É claro que os donos da quinta vão desculpar-se, nos termos habituais. "A rua tem pouco trânsito, passa por ali pouca gente, e há o passeio do outro lado, junto ao muro do cemitério." Nem lhes passa pela cabeça, devido a deficiente educação cívica e política, que estão a transgredir um direito fundamental de cidadania. A liberdade de circular sem entraves em todos os espaços públicos.
De tal forma que, quando a autarquia pretende fechar ou limitar a circulação nalgum espaço público, tem de reunir para deliberar e depois publicar um edital, avisando a população e especificando a razão e a duração prevista. Isso foi feito neste caso da rua Carlos Campeão? Foi feito algum corredor provisório para peões? É claro que não. Imperou o estilo "não vale a pena estar com chatices, que eles aguentam tudo sem refilar." Têm razão, quase todos se calam. Mas fica aqui o apontamento, para memória futura. Quando nem a Câmara respeita os direitos fundamentais dos cidadãos, é evidente que não podemos ir longe. É o salve-se quem puder! Safam-se os piores.

 

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