quinta-feira, 27 de outubro de 2022

 

Economia e eventos

Afinal é em Leiria 

que ainda acontecem milagres

Já se sabia que Leiria é diferente, como podem constatar todos os que lá vão. Tinha mais população que Tomar, no início do anos 60, quando o autor lá esteve na tropa, mas era ainda uma cidade pequena. Agora é outra coisa. Resumindo, tem uma câmara também PS, mas com 8 eleitos em 11, e 115 mil eleitores inscritos, contra 4 vereadores PS e 33 mil eleitores inscritos em Tomar. Em 1976 eram apenas 58.992 eleitores inscritos em Leiria, e 32.438 em Tomar.

Nestas questões de população e desenvolvimento económico, quando aqui em Tomar se fala ou escreve para destacar o caso de Ourém, que em relativamente pouco tempo nos ultrapassou, pois tem agora 40.778 eleitores inscritos, contra apenas 33.705 em Tomar, quando em 1976 era o inverso, uma vez que Ourém contava apenas 27.035 eleitores e Tomar 32.438, vem logo a usual, e já gasta, frase feita e pronta a servir: "É por causa de Fátima." Regra geral o diálogo morre ali, com os intervenientes a pensar nos milagres de Fátima.

Estava-se nisto, quando mão amiga fez chegar a TAD3, que agradece, uma página inteira do Jornal de Leiria de hoje, 27 de Outubro, mostrando que se estava enganado. Afinal, os milagres acontecem é em Leiria, e Fátima fica no distrito de Santarém. Que milagres? O principal é que ainda há um jornal que não terá sido comprado pela autarquia, de forma que ainda tem jornalistas para irem interrogar a população, e publicar aquilo que dizem, mesmo quando é desfavorável. Vem depois o milagre dos comerciantes e industriais, que aceitam falar com o jornalista, não se refugiando no tradicional "Tenho uma porta aberta sabe, não me leve a mal..." Finalmente, ainda mais estranho, esses comerciantes e industriais aceitam que o seu nome e a morada do estabelecimento apareçam no jornal. Havia de ser em Tomar...

O que tudo isto demonstra, é que Leiria é outro mundo, cujos habitantes assumem a sua cidadania e emitem opiniões, não temendo represálias, nem más vontades ou inimizades dos senhores do poder. Em Tomar, pelo contrário, é o que todos sabemos. Estamos praticamente como no tempo do Botas de Santa Comba, mas agora com muitas festarolas gratuitas pelo meio, para animar a malta. Ou será só para distrair?

A crónica já vai longa, mas convém mesmo assim resumir o conteúdo da tal página do jornal. Ao contrário do apregoado em Tomar, os eventos causam problemas, geram lucro para os organizadores, pois lá as entradas são pagas, mas não ajudam nada os negócios locais, fora do recinto das festividades.

Junta-se uma cópia, para cada qual poder formar a sua própria opinião:




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