segunda-feira, 24 de outubro de 2022


"Bem… parece que não foi propriamente um bando de selvagens e que até pode ter sido um meramente “acidental”.

Estive lá e adorei o evento, muito bonito e não vi qualquer comportamento menos correcto, bem pelo contrário, simpatia e boa disposição.

Fui lá hoje e de facto essas marcas existem numa área de 10m2 mas em todo o resto do jardim onde estavam largas dezenas de viaturas não se nota o mínimo dano ou sinal de presença das mesmas.

Tenho pena que, por lutas políticas, se trate mal quem nos visita, será que não houve aqui uma pequena precipitação?"

(Comentário copiado de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos)

Defesa do património e do ambiente

NÃO SE ENXERGAM MESMO

Ainda a propósito da bizarra decisão municipal, autorizando uma concentração automóvel no relvado do Mouchão, leu-se no colega Tomar na rede o comentário acima reproduzido, por ser um exemplo perfeito da mentalidade agora dominante. Um outro cidadão já lhe respondeu, chamando-lhe "bimbalhada", mas não se irá por aí. Parece preferível tentar fazer pedagogia.

Interessante o esquema argumental do comentário, em 5 pontos:

1 - "Não foi propriamente um bando de selvagens." Pois não. E ninguém disse tal coisa. Apenas se escreveu "bárbaros" para qualificar os camaristas que concederam a autorização, e não os participantes na concentração. Qual o interesse em baralhar os leitores?

2 - "Pode ter sido meramente acidental". Foi mesmo acidental, segundo a marca automóvel em causa, embora alguns detalhes apontem em sentido inverso. Porquê então o "pode ter sido"? Ainda não sabiam se "colava" ou não?

3 - "Estive lá e adorei, como muita simpatia e boas disposição." Não parece que justifique a decisão bizarra. Se fosse noutro local, não adorava também?

4 - "As marcas existem numa área de 10 metros quadrados." Parece-lhe pouco?

5 - "Tenho pena que por certas lutas políticas se trate mal quem nos visita. Será que não houve uma pequena precipitação?" Não. Não houve nenhuma precipitação, ou certa luta política, nem se maltratou ninguém. Quem nos visitou é que maltratou gravemente o parque da cidade. Convém portanto não exagerar, tentando fazer o mal e a caramunha.

O que ressalta do habilidoso comentário é que "a geração mais bem preparada de sempre" está a ser vítima da má formação recebida. Ao nunca lhes assinalarem claramente os erros, por ser antipedagógico, inculcaram-lhes o sentimento da infalibilidade. Ao nunca os admoestarem e ainda menos punirem ou castigarem, levaram-nos a concluir que são invulneráveis.

Desses dois sentimento entranhados, resulta aquilo que vamos vendo por aí. Nunca erram, e por conseguinte têm sempre razão, pelo que nem vale a pena debater os assuntos. Nada os pode atingir, porque são invulneráveis, e portanto podem fazer tudo aquilo que lhes apetecer, por não terem satisfações a dar a ninguém.

Assim se explica, por exemplo, a reacção do vicepresidente da Câmara, ao declarar que as moções aprovadas na AM são simples opiniões. Ou a do comentador supra, ao considerar implicitamente que, sob certos aspectos, a bizarra autorização camarária para uma concentração automóvel na relva de um jardim, é muito aceitável e acertada. O que é totalmente falso, em ambos os casos. Conquanto possa ser-lhes muito desagradável, a verdade é que não se enxergam mesmo, pelo que terão de alterar o seu comportamento, caso queiram vir a evitar maiores dissabores.






3 comentários:

  1. Esta dos 10 metros faz-me lembrar o Marcelo quando diz que 400 vitimas de abusos na igreja não lhe parece muito ,quando bastava uma para ser demais !!!
    Assim é este quando 1 metro de relva danificada já era demais ,lá vem este dourar a pilula , quando diz que 10 é pouco! ?

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Tem razão sr. Oliveira. Além disso, há três imagens de outras tantas derrapagens, a mostrar que os estragos são bem superiores aos alegados 10 metros quadrados. O cavalheiro (ou a dama?) deve pensar que somos todos umas bestas quadradas, que comemos a palha que nos dão sem questionar. Há gente assim.

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