domingo, 23 de outubro de 2022

Política local

A tramoia foi bem montada, 

mas não passa afinal de mais uma trampolinice

A tramoia foi bem montada. Primeiro agiram no sentido de calar a informação local discordante, pagando quando necessário com dinheiro dos contribuintes. Depois, ao verificarem consternados, que havia dois alérgicos à venda, urdiram uma cantilena, no sentido de desacreditar esses malvados. Ressabiados, invejosos, sádicos, desequilibrados, chéchés, maledicentes crónicos, todo o vocabulário canalha disponível foi usado. Com tal sucesso que até quem escreve estas linhas, um dos bombos da festa, começou a ter dúvidas: Será que estou a ser injusto? Sou demasiado exigente. com quem nunca teve formação profissional? Estou ressentido? Exagero?

À cautela, fui à procura de opiniões independentes sobre o posto de turismo local, um dos sectores municipais que critico, e onde já fui ofendido publicamente uma vez, pelo que posso estar a tentar retaliar, sem disso me dar conta.

No Trip adviser.com, um dos principais sites mundiais de reservas hoteleiras, encontrei isto:

Posto de Turismo de Tomar, 2 avaliações, 3,5 num máximo de 5.

Posto de Turismo da Batalha, 6 avaliações, 5 num máximo de 5.

Posto de turismo de Évora, 95 avaliações, 3,5 num máximo de 5

Ou seja, Tomar tem um posto de turismo comparativamente pouco frequentado, e com atendimento de qualidade média, tal como Évora, por exemplo, mas a diferença quantitativa de avaliações mostra a importância relativa de cada um, e muito maior prevalência de carências em Tomar. O comentário que acompanha a classificação tomarense é de resto particularmente certeiro:

"Chegámos em horário próximo ao almoço e o atendimento foi protocolar, sem qualquer envolvimento dos funcionários. 10/09/2020"

Uma situação semelhante à de qualquer cidadão que se dirige a um serviço da autarquia. Do lado de dentro, uma pessoa a fazer o frete, com ar incomodado, ou condescendente, consoante o caso, apesar de ser o seu trabalho. Do lado de fora, uma pessoa desejando sair dali depressa, porque sente estar a importunar sem querer. Em Tomar, é quase sempre assim. Efeitos da cova nabantina, que nos corta do mundo.

Pode a Filipinha gastadora louvar e engrandecer as suas funcionárias, até que lhe apeteça, como vem fazendo com algum exagero. Mas não deve tentar enganar as pessoas com falsas premissas. As coisas são sempre o que são, e não mais do que isso. Os culpados não são os críticos, porque estão no seu direito, uma vez que pagam impostos. São os que cometem erros, ou têm mau desempenho profissional. Mesmo e sobretudo se eleitos.

No recente caso das vendas de produtos regionais na sede do posto, com entrega diferida, faltou dizer, por exemplo que, ao contrário do noticiado, Tomar não tem qualquer mérito na iniciativa, uma vez que se trata de uma franquia do Turismo do centro, existente em todos os concelhos que integram aquela entidade, e que dispõem de posto de turismo. 

Sempre a tentar endrominar a malta, desde a falaciosa viagem à Índia, já começa a causar náusea.

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