Gestão municipal - Obras particulares
Onde já chega a pouca vergonha...
A crónica anterior terá desagradado bastante no seio do chamado poder local. Compreende-se. Ninguém gosta que lhe descubram a careca. Prevendo isso mesmo, embora TAD 3 não escreva para o contador de visualizações, resolveu-se fazer um destaque, que documenta onde já se chegou no domínio da sacanice e da má-fe. Da pouca vergonha, em suma.
Na notícia sobre o prédio que está a ser edificado sem respeitar algumas normas legais elementares, (ver foto) o nosso estimado colega Tomar na rede já conta 319 mil visualizações e 23 comentários. Além dos já reproduzidos na crónica anterior, aparece em 4º lugar este:
Na sua aparente indignação, trata-se afinal de uma bem urdida sacanice de evidente má-fé. Antes de mais, a autoria, embora anónima, mostra tratar-se de alguém "da casa", pois os comentadores comuns não usam termos como "antecedentes" ou condicionalismos". Só profissionais da arte, ou eleitos com relativa experiência.
Nessas condições, escrever que "antes de emitirem opiniões e críticas era bom primeiro que se informassem quais os antecedentes e condicionalismos que existiram aquando do licenciamento..." é puro cinismo, e falta de vergonha na cara. É do domínio público que tais informações só podem ser obtidas na Câmara, que praticamente nunca as dá, salvo quando requeridas ao abrigo da lei do direito à informação, passados alguns meses. E mesmo assim... Tomar na rede já informou ter requerido a consulta do processo. Vamos ver quanto tempo vai levar. E, a haver consulta, se o processo ainda estará completo. Há naquela casa alguma tendência para dissimulação e evaporação de dados menos convenientes para alguns.
Acresce que, no caso de Tomar a dianteira 3, o que se criticou e mantém é sobretudo a óbvia falta de proteção para os transeuntes e a ocupação abusiva do passeio, aspetos que não dependem nada de "condicionalismos" ou "antecedentes". Se a largura do passeio não é suficiente, pois faça-se ao lado um corredor para peões, com o recurso a grades metálicas, fixadas em pilares cravados no asfalto. Por conseguinte, o comentário em causa é uma forma desavergonhada de tentar enganar os cidadãos, está-se mesmo a ver porquê. E as duas frases finais são apenas e só uma lamentável patranha esquerdelha, sem qualquer fundamento. Haja vergonha!