Política local/Assembleia municipal
TOMAR RUMO
A UM FUTURO SOMBRIO
Milagre da net, neste caso via Rádio Hertz, mesmo a sete mil quilómetros, assisti em directo a quase toda a sessão de hoje da Assembleia municipal. O que segue é apenas uma opinião, baseada em décadas de vivência tomarense. Podem discordar livremente.
Alguns esperavam uma sessão bastante movimentada da AM, na sequência do caso Tejo Ambiente e uma vez que já estamos em pré-campanha eleitoral. Eu também. Pois enganaram-se. e enganei-me. Correu tudo muito bem, a mostrar que Anabela Freitas conseguiu preparar adequadamente o terreno e sossegar as tropas.
Foi tudo muito afinadinho. As oposições cumpriram, mas apenas de forma suficiente. Quanto a Anabela Freitas, brilhou e foi convincente, de tal forma que até se terá iludido a si própria. Mas já lá vamos.
Numa hábil manobra táctica, os socialistas nabantinos, liderados pela presidente da edilidade, convocaram uma sessão extraordinária do executivo, durante a qual aprovaram uma revisão orçamental e as contas referentes a 2020,.dentro do prazo previsto na lei. Antes já tinham aproveitado para incluir nesses documentos uma verba superior a 900 mil euros, para encargos antes não previstos.
Já na Assembleia Municipal, tiveram a elegância de votar a favor de uma auditoria à Tejo Ambiente, apresentada pela oposição, tendo até garantido que já está em curso um novo EVEF -estudo de viabilidade económica e financeira- que se espera possa ser adoptado até Janeiro próximo.
Depois, embalados pelo inesperado sucesso, alguns recalcitrantes acabaram por votar a favor da revisão orçamental e das contas municipais, assim aprovando, sem se darem conta, a tal transferência de 812 mil euros que antes haviam rejeitado. Há que reconhecer que foi muito bem jogado, por parte dos socialistas, que mais tarde mandaram avançar o presidente de S. João/Santa Maria, na defesa da Tejo Ambiente. Foi num debate pobre, já quase no final, durante a discussão de um ponto da OT solicitado pela CDU, que ao contrário do esperado nem foi votado.
Visivelmente satisfeita, Anabela Freitas espevitou então a sua conhecida capacidade oratória, conseguindo ser convincente e mesmo emocionar. Revelando eventualmente mais do que pretendia, aludiu a outros problemas da Tejo Ambiente, além do incómodo défice. Mencionou designadamente as tarifas exageradas dos fornecedores "em alta" e a óbvia colusão destes com a ERSAR, entidade reguladora.
Arrastada pelo discurso, referiu então a necessidade de um "alinhamento" no seio da Tejo Ambiente, deixando perceber, sem o dizer, (foi pelo menos o que julguei entender) que a bicefalia com Ourém começa a incomodar e tem de acabar. Porque não faz sentido um presidir e outro mandar de facto.
A sua tirada final foi tão sentida, que merecia um aplauso: "Se não houver esse alinhamento, em própria virei a esta Assembleia solicitar o abandono da Tejo Ambiente!"
Uma vez que nem a auditoria aprovada, nem o novo EVEF em curso vão resolver o que quer que seja, e tendo em conta que Ourém não consentirá no tal alinhamento, porque entregou em tempos a água a uma multinacional, sendo o único concelho que continua a crescer, enquanto Tomar encolhe e os outros quatro são demasiado pequenos, vêm aí tempos difíceis e um futuro sombrio para Tomar.
Situação que já não vai incomodar Anabela Freitas, excelente em táctica mas ao que parece não tão boa em estratégia, todavia a salvo da tempestade Tejo Ambiente, até bem depois das eleições, que é o que lhe interessa. Mais tarde, se conseguir vencer, o que não é impossível, pode até vir a ser chamada para funções de outro nível. Como aconteceu com a sua camarada de Abrantes, condecorada por aquela entidade indiana onde também milita a Filipinha. O mundo está cada vez mais pequeno....
Analise clarividente de A. Rebelo, esperteza tatica da bancada socialista, triste desempenho das restantes bancadas da dita oposição.
ResponderEliminarMais quase 1 milhão mal gasto, improdutivo, connosco a pagar.
Esta gente gere com o dinheiro alheio, não lhe conhece o valor.
Nem sequer sabe o que é uma Empresa, tão mal esta Tejo Ambiente foi constituida.
Continua esta Câmara dita "socialista" a conduzir-nos em direção ao vazio.