sábado, 26 de junho de 2021

 


Política local

MAU TEMPO 
PARA  A  PRESIDENTE
DA TEJO  AMBIENTE

Faltam três dias úteis para terminar o mês, e não me recordo de ter lido a convocatória para a reunião da Assembleia Municipal, legalmente prevista em Junho, para debater e votar as contas do Município de Tomar, relativas a 2020. Que se passa afinal?
Uma das condenáveis características  da actual estrutura autárquica é a sua opacidade. Apesar de haver um funcionário para cada 70 habitantes, tudo naquela casa é uma complicação desgraçada, que demora tempos infindos. E nem sempre se consegue o pretendido. Na área da transparência então, é mesmo um saco de gatos. Raramente se consegue obter atempadamente uma informação, ou mesmo uma simples confirmação.
Habilidosamente, eleitos e funcionários nunca se comprometem, nem mesmo com uma recusa polida. Limitam-se a não responder. Neste quadro, qual é a situação no que se refere à tal sessão da AM, que devia ser em Junho?
O âmago da questão parece ser a transferência de 812 mil euros para compensar prejuízos da Tejo Ambiente. Apesar da sua postura autoritária, logo a seguir ao voto negativo na sessão anterior, quando declarou que, mesmo com o voto contra, o executivo tinha de pagar, a presidente do executivo sabe muito bem que oficialmente só pode mandar proceder à transferência após votação favorável da AM.
Infelizmente para a actual maioria socialista, nunca o seu relacionamento com os restantes eleitos foi tão problemático. Incluindo com os próprios deputados municipais do PS. Por inépcia, simples falta de coordenação ou excesso de confiança, anunciou-se que alguns eleitos agora na AM não farão parte da próxima lista rosa. A começar pelo próprio presidente do órgão, José Pereira.
Nestas condições, como conseguir alterar a relação de forças, de forma a obter uma votação favorável  das contas municipais, que incluem a já citada transferência para a Tejo Ambiente? Está-se mesmo a ver que os futuros deixados por conta não terão grande empenho em "fazer o frete" à senhora. Tudo tem um limite.
Agravando singularmente a situação, se quiser começar a respeitar a legalidade democrática, imposta pela Lei, Anabela Freitas deverá delegar no seu vice, Hugo Cristóvão, a defesa do caso Tejo Ambiente. Se assim não acontecer, será de novo uma vergonha pública, pois haverá evidente conflito de interesses, dado que a senhora preside à Câmara e à Tejo Ambiente, não podendo portanto defender de forma isenta as duas causas em simultâneo. Haverá sempre suspeitas de favorecimento. E votos em conformidade.
A três meses do final do segundo mandato, não era certamente esta a situação sonhada pela srª presidente. Mas como diz o poeta "Erros meus, má fortuna, amor ardente..."

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