sexta-feira, 25 de junho de 2021



 Autárquicas 2021

POLÍTICA À MODA DE TOMAR...
O PODER DE QUALQUER MANEIRA

Quem lê Tomar a dianteira (salvo raras excepções) sabe como é. Os tomarenses de nascimento ou por opção dizem-se em geral democratas, progressistas e portanto de esquerda, mas vai-se a ver, damos com os burrinhos na água. Entre o que dizem e aquilo que fazem vai quase sempre uma distância quilométrica. Na área da informação, por exemplo, era mais fácil obter dados em primeira mão antes do 25 de Abril. O problema era depois a comissão de censura. Agora é muito mais simples, as próprias fontes são também comissões de censura. Se desconfiam que vai sair algo desfavorável, negam. É o progresso à tomarense.
Decerto após muitos esforços, Tomar na rede lá conseguiu finalmente publicar, sem citar a fonte, os três primeiros nomes das duas principais listas partidárias, a julgar pelos resultados anteriores. Parece Moscovo em vez de Tomar.
Quais são afinal as novidades? Poucas, porém significativas. No PS, apurou-se em que consistiu a "afinação".antes referida por Anabela Freitas. Foi ou vai ser substituída a peça considerada defeituosa, que impedia o funcionamento afinado da máquina socialista nabantina. A das novas centralidades.
Em linguagem clara, o vereador Helder Henriques sai fora da carroça, por já não ser necessário. Fora incluído em 2017 apenas e só para tentar captar o eleitorado dos eutanasiados IpT, o que só parcialmente foi conseguido. Após um mandato, o resultado não é brilhante para nenhuma das partes. Em relação a quem decidiu, parece ter imperado a ideia de cerrar fileiras só com prata da casa, agora que já não há eleitorado IpT para atrair. Quanto ao vereador, qualquer que venha a ser a sua futura situação, vai prevalecer sempre a ideia de que "foi corrido". Para um militar, oficial superior, na reserva... Política à tomarense.
No PSD, a afinação consiste afinal na total substituição das peças da máquina. Nos três primeiros lugares da lista concorrente não aparece nenhum dos actuais três eleitos laranja do executivo municipal. É muita fruta. Queria dizer é muita sangria, que as purgas têm a ver com o Estaline.
Sendo certo que o actual elenco municipal social-democrata não soube, ou não quis, ou não foi autorizado a fazer oposição pura e dura, (e até mesmo moderada), a ruptura aparece mesmo assim como demasiado agreste. Tanto mais que se uns não souberam fazer oposição, os outros recusam-se a dialogar, o que em política raramente perdoa, no que concerne a resultados finais. Não faz sentido que uma formação com três eleitos no executivo avance agora com uma lista em que nenhum dos membros tem experiência de vereação. Política à tomarense.
Enquanto isto, na sua prosa semanal n'O Templário, Caldas Vieira, o cabeça de lista independente do CDS/MPT/PPM, apela ao diálogo e à união com os jovens do partido VOLT. Como devia ter sido desde o início. Se tem havido habilidade de parte a parte para constituir uma larga coligação de direita, incluindo o PSD, outro seria o resultado em Setembro. Mas consta que o laranjal fechou a porta. Poucos lugares para demasiados pretendentes.
É como diz o povo, na sua sabedoria milenar: "Se a juventude soubesse e se a velhice pudesse, o mundo seria bem diferente". Infelizmente nem uma coisa, nem outra. E em Tomar então, é melhor nem falar ou escrever. Por causa da censura que oficialmente não há.

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