Caso Tejo Ambiente
OS TOMARENSES FORAM ENGANADOS
PARA A SRª TER MAIS UM POLEIRO BEM REMUNERADO
O caso Tejo Ambiente ainda vai forçosamente fazer correr muita tinta. Mesmo apáticos como é usual, os contribuintes tomarenses já começaram a perceber que algo não bate certo com as badaladas de S. João Baptista. Cabe recordar que a origem da Tejo Ambiente não foi brilhante. Agrupa dois concelhos médios, isolados a norte do Ribatejo (Ourém e Tomar) e quatro minorcas que mais ninguém queria (Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha). Os factos são estes.
Conforme é usual, cada sócio subscreveu uma quota-parte correspondente ao seu peso demográfico:
Ferreira do Zêzere........7,9%......47. 610€
Mação......................... 10,9%......65.128€
Ourém......................... 32,4%....194.237€
Sardoal....................... ..5,6%......33.454€
Tomar......................... .35,6%....213.792€
Barquinha................... .7,6%.... .45.779€
Assim repartido o chamado capital social, os dois sócios maioritários, Ourém e Tomar, distribuiram entre si a presidência e a sede. Tomar negociou e conseguiu obter a presidência e Ourém ficou com a sede da empresa e os respectivos empregos, cedendo a Tomar os empregos técnicos, destinados a desaparecer quando a empresa concessionar aos privados a distribuição de água, como já acontece em Ourém até 2027.
Revelado o desastre que foi o EVEF, que previa 65 mil ramais, quando afinal são pouco mais de metade, veio a hora de compensar o défice. Coube a Tomar desembolsar 812 mil euros, o que corresponde a quase quatro vezes a sua quota-parte. Isto só para o primeiro ano de funcionamento daquela coisa, que entretanto já subscreveu um contrato a médio prazo de 20 milhões de euros, com uma subsidiária da Mota-Engil, em tempos presidida pelo socialista Jorge Coelho, entretanto falecido. Estas coisas nunca ocorrem por mero acaso.
Feita uma cuidada verificação, há algo que não bate certo, nem coisa parecida. Tomar é o sócio maioritário, com 35,6% o que assegura a Anabela Freitas a presidência da Tejo ambiente, com todas as vantagens daí resultantes, incluindo o vencimento mensal e outras mordomias. Ourém, por sua vez, com 32,4% ficou com a sede e serviços administrativos. O problema reside no facto de Tomar assumir a presidência por ser o sócio maioritário, sem haver qualquer razão válida para isso.
O que determina a quota-parte de cada sócio é o total da sua população, como é lógico. Sucede que Ourém tem mais 6.906 eleitores inscritos que Tomar, o que corresponde aos eleitores inscritos do concelho de Ferreira do Zêzere. Não é pouca coisa.
Temos assim que os contribuintes/consumidores nabantinos foram e estão a ser enganados, para que Anabela Freitas possa juntar mais uma presidência às da Câmara e do Médio Tejo.
Não tenho nada contra, mas 812 mil euros é muito dinheiro, que tem de vir de algum lado (dos bolsos dos contribuintes/consumidores, como é lógico) e trata-se apenas do começo.
Concluindo, tomarenses ponham-se a pau, que o futuro não se apresenta nada risonho. Pelo contrário. Escrevo isto só para tentar defender o interesse geral. No que me diz respeito, uma vez que já não vivo aí de facto, basta-me mandar cortar a água e transferir o domicílio fiscal, se for caso disso. Tudo o que é demais parece mal.
A população tomarense está a debandar, não só nem principalmente por causa da interioridade, mas sobretudo por constatar que a vida está cada vez mais cara em relação aos outros concelhos. O que não admira, com tanta gente a tentar abotoar-se com dinheiros públicos.
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