Crise e problemas sociais
A Operação Zeus
Tomar e os seus
Ao realizar em Lisboa uma conferência de imprensa, durante a qual revelou detalhes da Operação Zeus, deflagrada dias antes, as autoridades mostraram a envergadura da organização criminosa perseguida. Foram anunciadas, entre outras iniciativas, a execução de 23 mandados de busca e apreensão em viaturas, bem como 44 buscas domiciliárias, das quais 36 em Tomar. Foram detidas 15 pessoas. A notícia não refere, para não ofender a nova esquerda e extrema-esquerda aliada e bem-pensante, mas falta um pequeno detalhe, numa frase simples: Todos ciganos.
Apesar dessa autocensura, provocada pela nova política linguística, quem leia a notícia não pode deixar de notar que, numa operação de âmbito nacional, relacionada com tráfico de droga e detenção de armas proibidas, grande parte das buscas domiciliárias foram feitas em Tomar. O que leva a comparar com o Bairro da Jamaica, a Pedreira dos Húngaros, o velho Casal ventoso, ou o antigo Bairro do cerco, e por aí adiante. Tudo sítios onde nenhum cidadão com profissão e meios aceita viver, excepto quando a isso é forçado, ao atribuirem-lhe as entidades públicas uma casa de renda limitada.
Trata-se portanto de uma péssima notícia para a reputação, (fama em linguagem popular), de Tomar. Que vem mostrar, uma vez mais, os erros cometidos pela Câmara nabantina nessa área.
Durante anos, o falecido Pascoal, um dos chefes de clã da comunidade cigana radicada em Tomar, pediu e voltou a pedir que não alojassem os clãs misturados. Que colocassem cada um numa das entradas da cidade. A sugestão acabou por ser seguida quase à risca pela Câmara socilaista. Há agora em Tomar grupos de ciganos no Flecheiro e Bairro Calé (saída para Lisboa), No Bairro 1º de Maio (saída para Coimbra), na Srª dos Anjos (saída para Torres Novas) e na Rua Gil de Avô (saída para Leiria), estes últimos não implicados até agora.
A operação Zeus veio mostrar as vantagens dessas localizações, propostas por Pascoal e adoptadas pela Câmara, para os prevaricadores que, segundo os indícios disponíveis, constituiram um centro nacional de distribuição.
O mais preocupante, neste quadro sombrio, é a atitude da actual maioria autárquica que, a cavalo nos seus princípios, continua errando mas recusa-se a debater o assunto nos locais próprios, ou sequer em comissões ad hoc a constituir.
Foram rejeitadas, sem debate prévio, outras soluções bastante mais vantajosas para Tomar, que aqui se não revelam para não ferir ninguém, tudo por cegueira política. A mesma que tornou possível aquela aberração do pretenso "Centro de acolhimento temporário", afinal um bairro exclusivamente para ciganos, ao arrepio do determinado pelas normas europeias, o que obrigou a adoptar a falsa designação "temporário", para evitar a demolição compulsiva, por uso indevido de verbas europeias.
Mas para que serve denunciar estes e outros erros? Infelizmente, para desgraça dos tomarenses, incluindo muitos dos que votam, a actual maioria já demonstrou, por mais de uma vez, nesta e noutras matérias, que "não sabem, não querem aprender e têm raiva a quem saiba", na frase certeira de um dos capitães de Abril.
Tão triste, tão frustrante, tão exasperante.
ResponderEliminarMais uma forte machadada na imagem e na fruição do que já foi uma cidade próspera e normal.
A maioria que controla a Câmara, também com o objetivo eleitoral do costume, apoiou solução vesga, eventualmente ilegal, para ganhar votos da comunidade.
Tem agora a paga.
Mas infelizmente, todos pagamos.