Autárquicas 2021

VACINAÇÃO ELEITORAL SOCIALISTA - 1ª DOSE

Após semanas de um silêncio que acaba por se tornar eloquente, o PS local parece ter despertado finalmente para a pré-campanha eleitoral. Fê-lo, com pompa e circunstância, no passado dia 26, no auditório da biblioteca municipal:

https://radiohertz.pt/tomar-autarquicas-2021-ps-apresentou-candidatos-em-clima-de-confianca-e-com-consciencia-de-que-o-trabalho-realizado-falara-mais-alto-c-video/

Influenciados, ao que tudo indica, pela campanha em curso em todo o país, dirigida pelo homem do camuflado, os socialistas nabantinos resolveram implementar a vacinação eleitoral. Desta feita foi a primeira dose, para apresentar e ouvir os presidentes de junta, perante uma mesa com Hugo Costa, Anabela Freitas e Hugo Cristóvão, que aproveitou para anunciar a segunda dose, prevista para 24 de Julho, em local a anunciar, com a apresentação das listas para o executivo e para a AM. 

Logicamente, deverá haver depois uma dose vacinal de reforço, lá para Agosto ou Setembro, anunciando aos tomarenses o programa eleitoral agora ainda em preparação. 

É um modelo novo, sem dúvida, que até pode vir a revelar-se eficaz, mas que deixa transparecer algumas dificuldades. Levar todos os candidatos às juntas a anunciar publicamente as suas intenções para os próximos quatro anos, revela que antes,  alguns deles pelo menos, terão lastimado o relativo alheamento do executivo. Como que a confirmar, houve até dois ou três que aproveitaram para agradecer publicamente ao actual presidente da AM, que como é sabido não integra a próxima lista, mas estava presente.

Duas notas finais, para as intervenções de Hugo Cristóvão e Anabela Freitas, ambos bem simpáticos e excelentes oradores. Hugo Cristóvão ter-se-à entusiasmado em demasia, ao dizer estar convencido que "o trabalho feito falará mais alto". Na política em geral, quem fala mais alto é que tem razão? Não andará por aí um subsentido do tipo "a minha é maior que a tua"?

Já Anabela Freitas, lider nata, soube uma vez mais, ser generalista quanto baste, mas cometeu uma falta, decerto devido à embalagem do próprio discurso: Falando de turismo, disse a dado passo que "Somos apontados como um exemplo." Pois somos, srª presidente, mas exemplo de quê? Se calhar não daquilo em que a srª pensa. Para ter uma ideia, um respeitável cidadão, moderado e com mundo, após ter ouvido a sua intervenção, questionou: "Será que ela está consciente do delírio?"

Juro que não fui eu. Mas partilho a dúvida. Os exageros oratórios são sempre condenáveis. Mormente quando vêm de eleitos que integram executivos locais e regionais, como é o caso.