terça-feira, 15 de junho de 2021




Dinâmica local

A MOAGEM - FÁBRICA DAS ARTES
ATIRAR FARINHA PARA OS OLHOS DOS ELEITORES

Vai ser inaugurada amanhã, na velha moagem Mendes Godinho, a iniciativa cultural "A moagem - Fábrica das artes", com forte componente artesanal. Sob reserva do que vier a acontecer, que em Tomar nunca se sabe, até parece tratar-se de uma excelente ideia, portadora de futuro, circunstância bem rara nas margens nabantinas.
O problema é que a esperteza saloia, que é assim uma espécie de inteligência de curto alcance, continua a imperar na política local, e isso é evidente no folheto promocional distribuído à controlada informação local. Em vez de admitir o óbvio, o estrondoso falhanço do PS que é do conhecimento geral, insiste-se na maquilhagem da realidade.
Há oito anos no poder, a atual maioria PS nunca foi nem é capaz de implementar o já célebre "museu polinucleado da Levada", uma herança recebida do parceiro PSD, que tão pouco foi capaz de levar a carta a Garcia, mas aí vão alegar que lhes faltou tempo.
Não admira, dirão os raros comentadores locais, entre dois cafés, ou outra bebida mais refrescante. "É tudo farinha do mesmo saco". Mais devagar, por favor. Será a mesma farinha, mas de sacos diferentes, identificáveis pela cor exterior. Rosa num caso, laranja no outro. Ou estarão já a referir-se ao saco "Instituto de Emprego e Formação Profissional"?
Se é o caso, aceita-se, convindo contudo esclarecer que em 2013 não era essa a situação. Ainda só havia um saco IEFP. Seja como for, será apenas para recordar? Ou também para provocar o riso, incluir no tal folheto promocional dois excertos que rezam assim: "...enquanto o processo de musealização é aguardado..."
"A transformação da fábrica da Moagem em unidade museológica será uma realidade em breve, mas enquanto este processo não avança..."
Que falta de tato! Quem mandou escrever, ou aprovou tais frases, devia corar de vergonha. Se sabe o que isso é. Passados mais de dez anos desde a conclusão das obras de recuperação dos moinhos da Levada, ainda não houve tempo para atinar com o caminho adequado? Estão à espera de quê para apresentar desculpas, explicar porque falharam, e pedir ajuda? Agora, que resolveram avançar, sabe-se lá porquê, com o prometido "museu dos calhaus", ali atrás dos bombeiros, pensam estar enfim em condições de aproveitar a embalagem, logrando finalmente abrir o desejado Museu da Levada, com fundição, eletricidade e moagem?
Oxalá! 
Mas entretanto: Pobre gente! Pobre terra!

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