sábado, 12 de junho de 2021

 



Autárquicas 2021/Candidatura PSD


UMA LARANJA 
SEM SABOR 
E COM FALTA DE SUMO


É uma sensação estranha, que não desejo a ninguém. Já agastado ante uma situação política local fortemente degradada, devido à falta de oposição, e por isso nada promissora, vou-me agarrando ao que posso para tentar restaurar o moral bastante abalado. Azar o meu, resolvi ouvir o que não devia e agora estou cheio de dúvidas. Pior, muito pior do que estava antes.
Devo narrar ou não? Mencionar os intervenientes ou não? O que será melhor para a minha amada terra? E para os meus conterrâneos? Conseguirei ser assaz imparcial? Estarei a ver bem? Não será apenas uma visão deformada pela minha mundivivência? Ou simples excesso de pessimismo congénito?
Certo, mesmo certo, é que fiquei abismado com determinadas declarações a uma rádio local da candidata laranja, que de todo não entendo. Se calhar porque não sou laranja, não tendo por isso acesso às normas "vindas de cima". Procurando não cansar quem lê, vou limitar-me a quatro situações, creio que suficientes para abarcar o total da entrevista.
Suscitada com habilidade pelo entrevistador, a candidata da oposição recusou por duas vezes criticar a atual maioria socialista, afirmando que não estava ali para isso, mas para expor o seu programa. Estranho, muito estranho mesmo, numa pré-campanha eleitoral.
Pouco depois, com algum nervosismo e sempre numa oralidade laboriosa e enrolada, insistiu que o seu programa, que é também o da sua equipa, aponta para uma política de diálogo e de proximidade com os eleitores. Infelizmente, há provas de que o seu comportamento recente tem sido exatamente o inverso. Nem sequer conseguiu dialogar com os tradicionais parceiros centristas.
Logo mais adiante, instada delicadamente pelo entrevistador, recusou também e na mesma linha pronunciar-se sobre eventuais coligações post-eleitorais. 
Finalmente, falando de turismo, debitou uma confrangedora série de lugares comuns e frases feitas, de meter dó e capazes de desanimar qualquer potencial eleitor minimamente informado, mas sem cartão do partido..
Almejando uma alternativa sólida, susceptível de acabar com oito anos de retrocesso e de obstinação a nível local,  fica assim uma pessoa esculhambada com semelhante série de inconveniências involuntárias, faltando contudo saber se, no fim de contas, não será esse o melhor caminho em Tomar para ganhar as eleições. Se for mesmo, no meu fraco entender a minha querida terra nunca mais voltará a ser o que já foi.
Uma nota final, para registar que, a meu ver, a ascensão do Chega se deve essencialmente ao descontentamento geral provocado pela evidente falta de oposição do PSD, situação particularmente visível em Tomar, onde o atual executivo camarário sempre mostrou ser um bloco solidário, com a notável excepção da vereadora Célia Bonet. Fará parte da nova lista?

(Se quiser fazer esse sacrifício, e formar a sua própria opinião, pode ouvir a entrevista da candidata aqui:
https://radiohertz.pt/tomar-autarquicas-2021-lurdes-ferromau-fernandes-psd-perspectiva-resultado-nas-eleicoes-estamos-confiantes-temos-uma-equipa-de-pessoas-com-provas-dadas)

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