segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Vida social

Os tomarenses tal e qual

Não é a primeira vez que aqui se lastima e condena a afirmação de que neste blogue se diz mal das pessoas, dos tomarenses.  Volta-se agora ao assunto, porque um incidente entretanto ocorrido no Centro de Emprego, constitui uma ilustração perfeita do comportamento dos tomarenses. Não de todos, obviamente. Era o que faltava! Mas de uma larga percentagem. Infelizmente.

https://tomarnarede.pt/sociedade/funcionaria-agredida-no-centro-de-emprego-de-tomar/

Segundo o nosso estimado colega Tomar na rede, tudo começou quando um cigano agrediu a companheira, com uma criança ao colo, à porta do citado serviço público. Uma funcionária pública daquele organismo, que não parece ser tomarense, ou pelo menos não tem hábitos nabantinos, resolveu intervir para defender a agredida, tendo sido também molestada. Se calhar ignorava que, nas brigas entre ciganos, quando alguém que não é da etnia intervém, todos os da briga se viram logo contra ele.

Neste caso, além da agressão e da posterior ameaça à funcionária, que apenas procurou ajudar, há o seu próprio relato, a dar que pensar, porque mostra os tomarenses tal como se comportam. Escreve o Tomar na rede que "Segundo a vítima, tudo isto foi presenciado por trabalhadores e utentes que nada fizerem em sua defesa e nem alertaram as autoridades."

Dirão os habituais juízes em causa própria, que se trata de uma ocorrência isolada, pelo que não se pode generalizar. Talvez. Mas quem escreve estas linhas, aproveita para recordar que, aqui há uns anos, tropeçou ao cimo da Calçada dos cavaleiros, e ficou estendido em diagonal no asfalto lateral da Estrada do Convento. Felizmente não foi grave, apenas feridas ligeiras nas mãos, porque entretanto passaram três automóveis, e nenhum condutor julgou útil parar e perguntar se era preciso alguma coisa.

Nem se sabe se eram ou não tomarenses .  Se calhar eram apenas gente de passagem. Mas é muita coincidência. De resto, neste incidente do Centro de Emprego, e como que a confirmar o usual mau comportamento social dos intervenientes, um comentador escreveu no Tomar na rede "Continuem a tratá-los como pessoas e verão onde isto vai parar", texto de um racismo repugnante e inaceitável, pois sendo seres humanos, como tal devem ser sempre tratados, mas que apenas acentua a usual intolerância, falta de solidariedade, recusa de entreajuda, racismo, espírito de capelinha, inveja, hipocrisia, que são traços muito comuns nos tomarenses. Na linha do "Não me comprometa, que eu não quero chatices. Tenho uma porta aberta, sabe..." Quando se trata de conseguir uma simples opinião, sobre um assunto comum de índole local.

Porquê e para quê escrever tudo isto? Porque se trata da vida quotidiana em Tomar, e para chamar a atenção, a ver se ainda é possível uma tomada de consciência, com a subsequente mudança de atitude. Mas o mais provável é que os retratados, sobretudo os que lá não estavam, no Centro de Emprego, se mostrem de novo agastados, ofendidos e irritados, justamente porque ficam mal na fotografia, o que os leva a pensar que, exaltando-se e injuriando o fotógrafo, ele vai certamente ajeitar o cliché. Como se tal fosse possível, quando se trata de retratos sociais. Santa ignorância, que até cega.

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