Obras camarárias
A rotunda da ARAL
está a irritar até o pessoal pacato do nabal
Foi uma das vitórias conseguidas pelo PS nabantino, quando os tomarenses ainda andavam um bocado distraídos. Conseguiram disseminar a ideia segundo a qual Tomar a dianteira 3 "diz mal dos tomarenses, e diz mal de tudo". É falso, ao tratar-se apenas do ponto de vista interesseiro de quem está no poleiro, e nele pretende continuar, recorrendo a todos os meios para alcançar os seus objectivos, nem sempre tão límpidos quanto seria para desejar, tratando-se de militantes socialistas.
O que realmente se faz em Tomar a dianteira 3, e já se fazia noutros suportes, quando os actuais eleitos ainda usavam fraldas, das de pano, à antiga, é dizer as coisas como elas são e mostrar as pessoas tal e qual se comportam. Em geral "ficam mal na fotografia"? Pois paciência, que o erro não é do fotografo.
Com o tempo, uma vez que a actual maioria já está no poder há quase dez anos, foram-se desvanecendo as ideias peregrinas difundidas pela propaganda socialista local. E começaram a aparecer cada vez mais mazelas. Agora, os tomarenses em geral já sabem muito bem, por exemplo, que as grandes obras têm sido todas uma desgraça, que a Filipinha já torrou mais de uma dezena de milhões em subsídios a colectividades e eventos gratuitos para angariar votos, que o realojamento dos ciganos foi mal preparado e está a causar cada vez mais problemas nos bairros sociais, ou que a poluição da Nabão nunca foi tratada capazmente por esta autarquia.
Já um pouco agastados com tanta incapacidade, falta de humildade e arrogância escusada, os tomarenses acabam de descobrir que afinal votaram de facto numa maioria de direita, julgando estar a votar no PS de esquerda. Tal é a conclusão a tirar do problema causado pela ausência de uma rotunda, chamada da ARAL, ali no cruzamento Nun'Álvares/Torres Pinheiro/ Combatentes/Ponte do Flecheiro.
https://tomarnarede.pt/sociedade/sucedem-se-os-acidentes-no-cruzamento-da-aral/
Apesar de ali se registarem cada vez mais acidentes ligeiros, e de haver um consenso generalizado no sentido de se construir a tal rotunda, a maioria PS nem quer ouvir falar no assunto. Porquê? Porque na realidade não dirige a autarquia na área das obras e do urbanismo, limitando-se a seguir a orientações dos seus técnicos superiores, cujas tendências e falhas são cada vez mais óbvias.
Dessa situação de subalternidade evidente, nasceu um problema tipicamente tomarense. Os proprietários de um terreno confinante com a via pública, (à direita, na imagem supra) essencial para se fazer a referida rotunda, acham que o mesmo é uma espécie de monumento local, pelo que seria criminoso amputar-lhes uns 30 ou 40 metros quadrados. Recusam-se portanto a negociar, e protestam desde já contra uma eventual expropriação por utilidade pública, o que manifestamente tem assustado a maioria socialista.
Não porque o edifício do século XIX, ou o seu logradouro, tenham qualquer interesse, enquanto património classificado ou a classificar, até porque, uma vez amputado dos tais 40 metros quadrados, o que não deixará de acontecer mais cedo ou mais tarde, o referido logradouro terá a mesma serventia real que actualmente, rigorosamente nenhuma.
Que se passa então? Apenas e só que os proprietários procuram defender os seus direitos, e quanto a isso nada a dizer, mas contam com o apoio dos técnicos superiores municipais, tal como já aconteceu com a urbanização parcial dos terrenos do Flecheiro, que também lhes pertenciam. E esse apoio dos chefes municipais carece de explicação e de fundamentação adequadas, porque a cidade é pequena e tudo se sabe.
A não ser assim, os tomarenses ficam cada vez mais baralhados, porque votaram numa maioria de esquerda, designadamente para haver expropriações por utilidade pública quando necessário, e afinal deparam-se com eleitos ditos socialistas, criados da direita mais retrógrada. Que não é a do Chega, mas a dos encapotados, que tentam enganar a malta para se governarem à nossa custa. Vamos tolerar tão estranha situação durante mais quanto tempo?
A posição do blog Tomar a dianteira 3 é legitima e o manifestar a sua opinião mais ainda.
ResponderEliminarNo entanto há temas que denotam aquela deformação de esquerda e nalguns textos são por demais evidentes.
Por que é que quem tem um pensamento liberal ou dito de direita é retrogrado e calhorda e quem se diz de esquerda é o progressista e inteligente?
Neste caso e noutros ter formação técnica do assunto é fundamental para evitar que políticos sem nenhuma formação comentam erros , nomeadamente o fazer uma rotunda onde ela não deve ser feita.
Isto é válido por exemplo na área do turismo / património onde vemos fazerem-.se as maiores imbecilidades por manifesta falta de formação.
Dito isto , convém isso sim confirmar que os ditos técnicos têm a devida formação , para por exemplo não se fazerem estacionamentos com árvores onde o seu espaçamento não permite estacionar um carro, ou vias que não permitem o cruzamento de 2 autocarros , por exemplo na estrada de acesso ao Convento de Cristo, ou rotundas que não permitem a manobra de veículos pesados por manifesta falta de raio de curvatura, ou ainda sanitários do século 19 , sabendo que existem há décadas unidades com auto lavagem e assim evitar vandalismo e ter de pagar a um funcionário para a limpeza da mesma.
Poderia continuar a enumerar os casos onde o dinheiro dos contribuintes tem sido torrado e que vão ter de ser substituídos dentro de algum tempo com os custos associados, mas acho que por se dizerem de esquerda ou de direita é indiferente, o que falta é competência e uma estratégia que mostre resultados práticos de boa gestão, e como sabemos os ideais de esquerda manifestamente só têm trazido atraso e pobreza!
Aprendi, durante os debates entre doutorandos em Paris VIII, que o que prevalece não é o escrito, mas aquilo que cada um lê. Assim sendo, se diz que há marcas de esquerda nos meus escritos, é porque há. Nunca escondi a ninguém a minha posição política, apesar de há muito desvinculado de qualquer partido. Sobre "quem tem um pensamento liberal ou dito de direita é retrógrado e calhorda..." a frase não é minha, nem seria capaz de a subscrever. Basta reparar no final da crónica: "...da direita mais retrógrada. Que não é a do Chega, mas a dos encapotados que tentam enganar a malta..." E que são cada vez mais, acrescento agora. Por conseguinte, nada contra a direita, ou contra o centro. Apenas cautela com os mascarados disto ou daquilo.
ResponderEliminarUma vez que escreveu, na 4ª linha, "...dito de direita é retrógrado e calhorda...", parece-me útil precisar que realmente uso o vocábulo calhorda para qualificar alguns técnicos municipais. Mas uso-o sempre no 2º significado possível. Como decerto sabe, calhorda pode ser um nome ou substantivo = Pessoa desprezível, mas também um adjectivo ou modificador = Que é desprezível OU DE BAIXO NÍVEL MORAL. Mas naturalmente prevalecerá sempre aquilo que se lê, como dito anteriormente.
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