domingo, 27 de novembro de 2022

 


Política local - PSD

Os três grandes desafios de Tiago Carrão

Tal como se esperava, porque havia lista única, Tiago Carrão foi eleito presidente local do PSD. Conseguiu uma votação expressiva, com poucos votos brancos e ainda menos nulos, o que é bom sinal. Dos quatro grandes problemas que têm condicionado a atuação dos laranjas, o novo líder já deu algumas indicações positivas quanto ao primeiro -a atitude em relação à maioria socialista.

Durante os últimos tempos, tem sido muito nítida a renúncia à anterior política de cumplicidade, que durante os dois primeiros mandatos deixou o PS governar praticamente por unanimidade, o que descontentou bastante alguns setores do eleitorado tradicional do PSD. Tiago Carrão mostrou neste 3º mandato que, mesmo ante uma maioria absoluta, é possível fazer oposição com firmeza, respeito pelos eleitores e sentido de futuro.

Já com provas dadas, portanto, quanto à aptidão para o exercício do cargo de vereador da oposição, vai agora Carrão ter de ultrapassar três outros obstáculos, dos quais depende que venha a ter êxito ou que, pelo contrário, não passe de mais uma desilusão no vale do Nabão. A diferença entre o triunfo ou o funeral político local.

O primeiro desses obstáculos, para além da indispensável união interna, é a política de alianças. Em 2025 o PSD irá mais uma vez sozinho a eleições, ou preferirá celebrar convénios prévios e com quem? O segundo obstáculo está relacionado com o "saber rodear-se". Carrão vai ser tolerante com os críticos, dialogar com outras formações e com independentes, numa troca de ideias que não seja só para mostrar à plateia? Finalmente, o terceiro obstáculo, parecendo simples, é o mais complexo de todos: conseguir ideias adequadas e com futuro, para a elaboração de um programa de mandato e além, que não envergonhe nem os seus autores, nem sobretudo os eleitores.

No estado atual das coisas, os tomarenses desagradados, e alguns até revoltados, com a política da atual maioria, que se limita a gastar milhões em subsídios e festarolas, e arranjar projetos de obras ornamentais para fundos europeus, sem uma ideia geral orientadora, para além da manutenção no poder, esperam sem o admitirem que em 2025 haja finalmente uma alternativa clara e robusta, com pernas para andar. Porque na política local, 12 anos de definhamento é uma eternidade, e foi isso que já perdemos como comunidade com anseios.

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