sexta-feira, 25 de novembro de 2022

 

Obras municipais

A rotunda da ARAL como metáfora

É ponto assente, pelo menos para quem esteja habituado a pensar, que nos quase dez anos que já leva no poder, a atual maioria PS tem feito duas coisas com a mesma massa, aquela que essencialmente vem de Bruxelas, e já levou um comissário holandês a protestar, porque os países do sul, diz ele, gastam tudo em divertimentos e bebidas.

No caso de Tomar, errou só parcialmente na terminologia. A Filipinha gasta que se farta, pois já vai em mais de 20 milhões de euros, em subsídios e festarolas, mas que se saiba, por enquanto ainda não incluiu bebidas alcoólicas à borla. Tem-se ficado pelos divertimentos. Ou não? Há por aí uns zunzuns...   vamos estar atentos ao buffet para os convidados da Festa dos tabuleiros, previsto para o salão nobre dos Paços do concelho. As portadoras de tabuleiros e seus pares terão de almoçar nos locais habituais e pagar.

Além dessa coisa das festarolas e dos subsídios, tudo em nome da cultura e da promoção da cidade, segundo é dito, há também aquela coisa das obras municipais. Geralmente inúteis,  supérfluas, desnecessárias ou prematuras, têm vindo a consumir recursos europeus que tanta falta fazem noutros empreendimentos sem dúvida úteis e de primeira necessidade. Falo da rede de saneamento em parte da cidade antiga, dos passeios em Carvalhos de Figueiredo e na Estrada de Paialvo, das estruturas de acolhimento turístico ou da Rotunda da ARAL.

Sem dúvida o mais útil e urgente, para acabar com esperas irritantes e pequenos acidentes, a já famosa rotunda da ARAL (uma empresa tomarense que entretanto deixou a razão social, mas levou o stand e oficinas para Torres Novas, porque lá conseguiu melhores condições de trabalho), é uma metáfora da política camarária. Só porque um munícipe se mostra intransigente na cedência de uma nesga de terreno, a maioria PS recua. Têm medo de perder o poder. Trata-se de uma situação como a futura rotunda. Redonda e por isso sem ponta por onde se lhe pegue, no sentido negativo da expressão. A não ser que o PS local ganhe finalmente coragem e ousadia, para ir até à expropriação por utilidade pública, se necessário. Mas já com o socialismo nacional, ou costismo, acontece a mesma coisa. Coragem? Ousadia? Reformas necessárias e urgentes? Deus nos livre e conserve no poder!

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