segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A barraquinha-mono do Mouchão, obra paivina com mais de 10 anos.

Vida local

Crónica do tempo que passa...

Gosto muito de ler o Tomar na rede, o estimado colega especialista em fait-divers. É das primeiras coisas que faço, logo pela manhã, a partir das cinco e meia. É verdade, cinco e meia da manhã. Por estas bandas, o sol põe-se pelas seis da tarde, durante todo o ano, e costumo ir para a cama antes das 9, depois da caminhada e de ver um filme na Prime video ou na Netflix. Se não encontro filme que me agrade, fico-me pela CNN Brasil, a GLOBO, a EURONEWS ou a FRANCE 24. Canais portugueses? Não gasto. E mesmo jornais só o OBSERVADOR, além dos locais, que os amigos me vão mandando.

No Tomar na rede, encantam-me sobretudo os comentários. A coberto do anonimato, algumas das numerosas grandes cabeças locais (ou que se têm nessa conta) vão discorrendo da melhor forma que lhes convém -sem se comprometerem. Mas proporcionando por vezes uma ideia errada de si próprios. Tive um bom exemplo esta manhã.

Segundo o TNR, durante as obras para a instalação de mais uma grande superfície em Torres Novas, derrubaram duas grandes chaminés de tijolo, semelhantes àquela que salvaram na Levada, em Tomar. Um ato lamentável de lesa património, que provocou vários comentários. Um deles é particularmente percutante: "Pelo menos em Torres Novas ainda vão derrubando qualquer coisa, agora em Tomar nem a Câmara!"

Tinha deste comentador uma ideia pouco abonatória, desde que escreveu há pouco tempo um outro comentário, também no Tomar na Rede, no qual se indignava por tratarem os ciganos "como pessoas". Pareceu-me um racista da pior espécie. Este comentário de hoje permite uma correção mais abonatória. Será apenas um extremista algo megalómano, exacerbado pela pasmaceira tomarense.

Realmente, lastimar-se que não derrubam a câmara, numa terra onde nem aquela ridícula barraquinha-mono do Mouchão vai abaixo, apesar de ninguém saber para que serve, só pode ser um exagero. Megalomaniazinha, portanto. 

E assim vamos continuando por cá, no planeta. Vocês aí com frio e chuva. Eu aqui com sol e calor. É de acordo com o gosto de cada um, e com os respectivos recursos. Conforme reza o anexim, "Quem boa cama fizer, nela se deitará." 

Ou seja, em termos mais claros: Se vão contribuindo com o voto, o silêncio ou o apoio, para manter ou agravar a triste situação governativa de Tomar nesta altura, têm todo o direito, caso saibam o que estão a fazer. Mas depois não se queixem que estão a viver cada vez pior. Seria fazer o mal e a caramunha, o que é sempre condenável.

3 comentários:

  1. Monsieur le professeur,
    Desculpe lá.
    Epá! Isto assim é uma ganda pasmaceira.
    Qual "memória futura", qual carapuça!
    Abra a caixa de comentários a toda a gente - anónimos, pseudónimos, etc, etc.
    Para haver debate.
    Para que serve esse trabalho diário?
    Até parece que não tem mundo.
    Só lê o Observador?! Um jornal de extrema direita?! Minha nossa!
    Então não lê o melhor e mais credível jornal do mundo - online, o The Guardian? É de borla, embora deva contribuir com alguma coisinha de vez em quando.
    Modernize-se.
    Só quero ajudar.


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    1. Grato pelo seu comentário. Creio haver um equívoco. A caixa de comentários sempre esteve e está aberta a todos, mediante leitura prévia. O pessoal é que está numa de boicote, para não ofender a patroa.
      Eu não disse que só lia o Observador, referi apenas que quanto a imprensa portuguesa... É de resto bem sabido que assino o Le Monde, lendo também o El pais e o Libération. Quanto ao The Guardian, lamento mas o meu inglês é demasiado tosco para tanto. Nesse aspecto das competências linguísticas e não só, não sou nada tomarense. Reconheço as minhas carências.

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    2. Ia a esquecer-me de comentar a sua curta frase "Até parece que não tem mundo". Realmente, não tenho assim muito. Até agora ainda só habitei, durante mais de três meses seguidos, nas seguintes cidades, sem preocupação de ordem alfabética: Lisboa, Luanda, Palma de Maiorca, Jonquière (Canadá), Paris, Beirute, Cairo, Quito (Equador), Rio de Janeiro e agora Fortaleza. Em muitas outras fui apenas turista. Falta-me portanto ainda muito mundo, para cumprir o verso de Camões "E se mais mundo houvera lá chegara".

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