Ironia ácida
Se calhar nem foi engano e assim é que está bem
A oportunidade é demasiado tentadora para se resistir. Aí vai uma pequena prosa irónica, em tom sério, como convém.
O nosso estimado colega Tomar na rede publicou uma local com fotografia, denunciando o que parece ser uma asneira histórica monumental. Alguém colocou no edifício do turismo municipal a placa identificadora do antigo hospital de S. Brás, (ver foto) do tempo do Infante D. Henrique, que fica mesmo ao lado, ali na ilharga direita da Estrada do convento: Hospício de S. Brás no edifício do turismo? | Tomar na Rede
Visto daqui, a sete horas de avião de Lisboa, e com o devido respeito a todos, não parece que tenha havido engano. Pelo contrário. Consultado na net o dicionário priberan da língua portuguesa, obtiveram-se 5 significados diferentes para o vocábulo "hospício" que figura na placa identificadora:
1- Estabelecimento para internamento de doentes mentais;
2 - Casa ou estabelecimento de caridade onde se recolhem órfãos, enfermos, velhos e abandonados;
3 - Casa em que religiosos davam hospedagem a peregrinos e viajantes;
4 - (figurado) Casa onde gente se hospeda ou abriga;
5 - (figurado) Casa de acolhimento.
Nestas condições, não parece que alguma das definições encaixe perfeitamente no antes citado "Hospital de S. Brás", do século XV, agora devoluto, e que nunca foi templário, nem estava no caminho de Santiago, uma vez que o primitivo acesso ao castelo e ao convento não era por ali.
Em contrapartida, sem ofensa para ninguém, quase todas as definições são adequadas para o magnífico edifício da desaparecida Comissão de Iniciativa e Turismo. Basta matutar um bocadinho, para concluir que pode bem dar-se o caso da má colocação da placa ser apenas uma maroteira bem intencionada, para a gente se rir um bocado. Ele às vezes há coisas!!!
ADENDA, em 05/11/2022 às 22H20
Eu não dizia:
Como todos sabem, o Hospício de S. Brás é propriedade privada. A solução para colocar uma das 12 placas de sinalização de locais templários foi a de usar a parede do edifício de turismo. Em locais públicos como a Mata dos Sete Montes não se verificou este problema. Tinham já sido realizadas experiências e as placas que todos podem observar e usufruir são o resultado visível de se usar os meios tecnológicos mais recentes na tentativa de divulgar o património de Tomar.
Certamente que ninguém pensou que se tratou de um erro de localização do citado Hospício de S. Brás.
Muito obrigado
Ernesto Jana"
(Comentário copiado de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos, porque o Tomar a dianteira 3 ninguém lê. Há uma média diária de 300 visitas, mas não deve ser gente de Tomar. Porque será?)