quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Imagem Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3

Maioria PS nabantina

Responder ao que não perguntam, 

para evitar questões incómodas

Vamos ser rigorosos. Em vez de começar pelo princípio, como prescreveu em tempos o secretário do senhor de Lapalisse, comecemos pelo início do princípio. Ora faça favor de ler com atenção:

https://omirante.pt/sociedade/tomar-afasta-ideia-de-que-ha-varios-guetos-na-cidade/

Já leu? E que tal?  Antes de mais, deve ter-lhe parecido algo estranho, ser um jornal com redação em Santarém a publicar uma notícia tão detalhada e bem feita, sobre um assunto local, quando em Tomar há dois semanários, duas rádios, e pelo menos 6 blogues informativos (os dos jornais, os das rádios, Tomar na rede e Tomar a dianteira 3). Mas tem uma explicação. Conforme refere a própria notícia, "está a dar que falar" a questão dos ciganos em Tomar, o que, como bem sabemos, é uma visão de metecos. De gente de fora. Os tomarenses de cepa sabem muito bem que só dão que falar os tabuleiros, a poluição do Nabão e as festarolas da Filipinha. O resto é treta.

Está portanto explicado. Na terra gualdina, nenhum órgão informativo julgou útil entrevistar o sr. vice presidente Cristóvão sobre os guetos ciganos. Ou haverá outros impedimentos, tipo autocensura, por exemplo? Segue-se que a notícia avança com pelo menos um dado controverso, ao atribuir ao PSD a liderança dos protestos no caso do realojamento cigano.

Sucede que, como bem sabem os tomarenses,  não há protesto algum. Apenas uns desabafos inconsequentes, com algumas alusões bem comportadas dos social-democratas. Que apanharam a carruagem em andamento. Especificando um pouco, têm sido o Tomar na rede e o Tomar a dianteira 3 a liderar a publicação de situações incómodas para a autarquia, sem qualquer intervenção da oposição, praticamente inexistente desde 2013. Convém tomar nota, para evitar futuros equívocos.

Retornando à notícia d'O Mirante, um excelente semanário regional, que colaborou neste caso com uma técnica jornalística conhecida como "afogar o peixe na água", a qual consiste em baralhar o leitor, levando-o a desviar a atenção do essencial. Neste caso, por exemplo, o essencial eram os guetos ciganos e a interdição de Bruxelas de alojar ciganos em bairros só para eles.

Habilidosamente, mas de forma que o jornalista deve ter detetado, Hugo Cristóvão começou por responder ao que não lhe perguntaram, referindo que o Município de Tomar até integra diversos organismos para os quais foi eleito devido às suas boas práticas, etc. etc. Tudo bem, sr. vice-presidente. E quanto ao Bairro Calé? E quanto ao futuro Bairro Valbom Calé?

O primeiro, que criou involuntariamente uma situação achincalhante e muito incómoda para a GNR, ao instalar uma comunidade cigana mesmo à ilharga do quartel da corporação, mas sem que os seus militares possam intervir, por ser competência exclusiva da PSP, devido a estar em área urbana, e a GNR só ter competência na zona rural. Tratando-se de um pequeno gueto, criado pela Câmara quando ainda desconhecia a existência da diretiva europeia, recorreram a uma manobra administrativa. Passou a ser um "Centro de acolhimento Temporário". Para quantos anos? O outro, o Valbom Calé vai chamar-se como? Talvez "Centro periférico de acolhimento temporário".

Quanto aos cada vez mais frequentes incidentes com os novos habitantes dos bairros sociais, pouco ou nada inclinados para a integração social, depois logo se vê. Quem vier a seguir que trate do problema, parecem pensar no seu íntimo os membros da atual maioria.

Ao tentarem sistematicamente ludibriar os eleitores, sonegando informação e usando de habilidades várias, os senhores autarcas estão afinal a enganar-se a si próprios e a cavar as respetivas sepulturas políticas.


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