Obras municipais
Outras maneiras de ver
Após dez anos no poder, a maioria PS nabantina lá concluiu que há necessidade de um vasto terreno para o futuro parque das feiras, e do mais que vier entretanto. Isto apesar dos sucessos anunciados pela Filipinha das festarolas, designadamente que a feira de Santa Iria registou em 2022 o maior volume de receitas de sempre, mesmo espartilhada. O vice-presidente Cristóvão acaba de anunciar que decorrem negociações com três proprietários de outros tantos terrenos em Marmelais, visando obter o melhor preço para os cofres públicos.
A notícia da Hertz não esclarece, quiçá porque o autarca em questão também o não fez, se os citados terrenos são em Marmelais de cima ou Marmelais de baixo, naquele estilo tão tomarense do "vai tudo dar ao mesmo", que no caso nem funciona, pois os preços-base são bem diferentes em baixo e em cima. Adiante. Em contrapartida, na gravação que acompanha a notícia, ouve-se Hugo Cristóvão descrever a situação e, de supetão, acrescentar que até agora nunca a Câmara recorreu a expropriações.
Qual foi a ideia? Nas negociações entre o governo ou autarquias, por um lado, e proprietários do outro, a hipótese de expropriação por utilidade pública é um potente adjuvante para conseguir os melhores preços para o erário público. É assim uma espécie de arma nuclear, nas conversações entre os Estados Unidos e a Rússia, sobre a guerra na Ucrânia. Nenhum dos lados vai usar, mas a simples hipótese facilita muito as coisas.
Assim sendo, qual foi a ideia de Cristóvão, ao excluir a priori a expropriação por utilidade pública? É outra maneira de ver, claro está, porém difícil de justificar, num contexto de negociações forçosamente árduas, pois estando em causa montantes elevados, ninguém gosta de dar a lã, quanto mais agora a pele.
Ou terá sido apenas para sossegar os Macedo? Dizer-lhes veladamente que podem ficar descansados. -Rotunda da ARAL? Com o PS jamais!
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