domingo, 27 de novembro de 2022

Antiga cerca conventual - Mata nacional dos 7 montes

Por vezes o acaso faz muito bem as coisas

Há uma semana, notíciava o Tomar na rede que tinha sido colocada uma nova sinalética na Mata dos 7 montes, substituindo a anterior, que deixava um bocado a desejar. A nova se nem na imagem fica muito bem, também parece padecer de algumas moléstias. Quem escreve estas linhas há 70 anos que frequenta a velha cerca conventual e ainda não conseguiu perceber, por exemplo, a que "miradouro da cidade" se refere a nova sinalização. E tão pouco sabe onde fica o "miradouro do baldiço". Quanto à "Cadeira d'El rei", todos sabemos que fica do lado de fora da Mata, no muro do lado norte. Se calhar, esta sinalética é mais  mais uma iniciativa sobretudo para turista ver (mal):

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

"Estavas tu, linda Inês, posta em sossego, naquele engano de alma ledo e cego", escreveu Camões, que era zarolho, e eis que o acaso chama a atenção para a Mata. Mais precisamente para o muro da Mata, que já tem cinco séculos de existência. Um troço contíguo à Calçada de S. Tiago, no sentido nascente-poente, não aguentou as últimas chuvas e desabou. Outros troços se seguirão, escreve com acerto o Tomar na rede. Porque a nova sinalética é apenas uma tacanha manobra de cosmética, tipo menina com camiseiro novo, mas cueca rota, procurando dissimular o estado geral decrépito em que se encontra a velha cerca conventual:

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Não é só o multicentenário muro da cerca que ameaça desabar em diversos sítios. O muro de contenção que rodeia o Tanque grande, ou da cadeira d'el rei, ali onde a água do aqueduto dos Pegões entrava na Mata, quando ainda corria, está no estado que mostra a imagem, há mais de trinta anos. Perante a indiferença geral, até mesmo dos eleitos autárquicos, que nunca se incomodaram com o assunto. Acharam prioritário instalar um baloiço panorâmico:

Imagem Tomar a dianteira 2


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