terça-feira, 15 de novembro de 2022



Obras municipais

Em que planeta vivem os eleitos liderantes,  

os técnicos superiores delirantes e vice-versa?

Vai fazer um ano que foi mortalmente atropelado um técnico superior municipal aposentado, quando praticava desporto de manutenção na Estrada da Serra, num troço estreito, sem passeios nem pistas laterais para bicicletas ou desportistas. Como em Carvalhos de Figueiredo, ou na Estrada de Paialvo. Em vez de procurar acudir a essas carências gritantes e perigosas, a maioria PS, a reboque de alguns técnicos municipais delirantes mas sabidões, tem promovido obras tão caras quanto inúteis, ou pelo menos prematuras. Quais foram, para os cidadãos, as melhorias resultantes dos milhões gastos na Várzea Grande, na Nun'Álvares, na Combatentes ou na Torres Pinheiro? Praticamente nenhumas. Mas são bem visíveis os inconvenientes.

No caso da Várzea Grande é até provável que, a longo prazo, tenham de remover aquele piso, que tornou impermeável a maior parte do largo, assim contrariando formalmente as melhores práticas internacionais. E como aquilo foi feito com dinheiros de Bruxelas, a tolerância está a esgotar-se, tanto mais que já temos também o errado Bairro Calé, rebatizado  à pressa "Centro de acolhimento temporário", só para tentar disfarçar...

As obras da Estrada da Serra, que vai mudando de nome consoante os locais, resultam de um projeto aberrante. Reduzir as faixas de rodagem, ou a largura delas, para aumentar os passeios e acrescentar duas pistas cicláveis, uma de cada lado, numa terra pequenita e com a população a diminuir, parece brincadeira de algum urbanista já bem bebido, a que nem os técnicos superiores, que deram o seu "concordo", nem os eleitos, ousaram opor-se.

Sem aprofundar demasiado, cabe perguntar: Uma pista ciclável de cada lado, para quê e para quem? Onde estão ou estarão os ciclistas ou skatistas? Fortaleza é uma grande e moderna cidade brasileira, de mais de dois milhões de habitantes, onde não falta espaço. Mesmo assim, contentam-se com ciclovias partilhadas na beira-mar, e ciclovias únicas de duplo sentido no interior, conforme se pode ver nas imagens acima.

Os eleitos e urbanistas do vale nabantino têm a mania das grandezas, andam com afigurações, ou estão simplesmente a gozar com o pessoal? É que duas pistas cicláveis em vez de uma só, fica forçosamente mais caro, o que vai beneficiar quem trabalha à comissão, eventualmente por debaixo da mesa. O pessoal pode não perceber grande coisa de arquitetura e urbanismo, mas não é cego, nem nasceu ontem. Ou seja: -Vão abusando, mas não tanto, que se nota demasiado. E um dia destes o caldo pode entornar-se.

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