segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Praça da República. Antes, dos pobres e remediados. Agora, dos ricos e muito ricos.

Política local

Promover o quê?! A inflação?

Numa sucessão decisória, que ninguém fora da panelinha esperava, Anabela Freitas resolveu acabar com a escandalosa promoção natalícia dos vales de compras, o que naturalmente se saúda, mas repetir a animação de Natal para crianças, na Praça da República, pela módica quantia de 215 mil euros. O preço de um bom apartamento, para as cada vez menos criancinhas gualdinas poderem dar uns pinotes e umas cambalhotas, ou viajar um pouco no  mundo da fantasia. Porquê? Para quê?

Porquê, só o saberemos talvez depois das próximas autárquicas. Quando eventualmente se vier a descobrir como é possível e razoável uma autarquia arrecadar cada vez menos e gastar cada vez mais. Haverá talvez novo milagre da multiplicação dos pães, mais de dois mil anos após o original. Já o para quê, tem resposta pronta: Para promover Tomar. Junto de quem e como, são questões que nunca preocuparam, nem preocupam, os autarcas esbanjadores.

Sendo muito pouco provável que venham famílias de fora do concelho, atraídas pelos divertimentos para as criancinhas, uma vez que têm os mesmos ou parecidos nas suas terras respectivas, restam praticamente os nabantinos. Trata-se assim, alegadamente, de promover o comércio no centro histórico, já que ninguém está a ver as mamãs e os papás irem fazer compras além da ponte, deixando os rebentos a divertir-se na praça. E andar às comprar com crianças, só quem nunca experimentou ainda.

Mas também, indo ao detalhe, mesmo aquém da ponte, fazer compras onde? Na Corredoura, na Rua direita, e pouco mais? As mamãs e os papás passam por ali todos os dias (que remédio!) e não precisam portanto de qualquer promoção ou incentivo para ir comprar. Trata-se, assim, mais de um inventivo do que de um incentivo

Resumindo, a chamada animação natalícia para crianças na Praça da República não promove afinal coisa nenhuma na área do comércio local. Promove, isso sim, a maioria socialista em termos de imagem, e os seus amigos fornecedores de animação, em facturação. Que é realmente o que se procura.

De resto, que diabo de política é esta, de proclamado incentivo ao consumo, numa altura em que o BCE aumenta os juros para reduzir a inflação, via redução do mesmo? Temos o regresso da política socrática, num país com uma das  maiores taxa de inflação da zona euro?


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