domingo, 15 de agosto de 2021

 

Terreiro frente ao Mosteiro de Alcobaça

Urbanismo/ Clima /Lajeamento da Várzea grande

Mais um azar 
para os  Moisés das tábuas da lei

Pois é! Os lideres do "império dos sentados municipais" andam mesmo sem sorte nenhuma. Não bastavam as inesperadas e ásperas críticas da opinião pública nabantina, que eles julgavam adormecida. Agora até a nível internacional aparecem críticas implícitas à "cagada" da Várzea grande. 
E desta vez logo em Paris, de onde dantes vinham os meninos nos bicos das cegonhas, e agora vêm as grandes ideias e tendências na área das ciências humanas, entre as quais o urbanismo. Nas margens do  Sena colocaram agora na net uma vasta série de documentos cartográficos em consulta livre, como forma de preparação para a anunciada reformulação do Plano local de Urbanismo - PLU de Paris. Assim uma espécie de novo PDM, só que muito mais rápido e melhor que o tomarense, apesar do fosso humano de 36 mil para milhões de habitantes.
Nessa anunciada reformulação da capital francesa, a principal preocupação será a adaptação possível da cidade, e da região Ilha de França, aos anunciados verões caniculares, produto das alterações climáticas. Uma das medidas previstas contraria abertamente a "cagada" da Várzea grande, como se pode ler neste excerto do jornal Le Monde de 14/08/21:
"Désimperméabiliser la ville, préserver et favoriser les créations de parcelles de pleine terre, est aussi un des gros sujets du futur PLU. Les sols sans asphalte tempèrent davantage, favorisent le développement de la biodiversité, et allègent la pression sur les réseaux d’assainissement puisque les eaux de pluie s’y infiltrent. Or, la carte pointilliste des sols perméables rappelle que ces derniers ne représentent, hors bois, qu’à peine 5 % des espaces publics parisiens, et 1,26 % de la superficie totale de la capitale."
https://www.lemonde.fr/economie/article/2021/08/14/urbanisme-les-pistes-pour-adapter-paris-au-rechauffement-climatique_6091420_3234.html
O seu francês não chega lá? Pois aqui vai a versão portuguesa:
"Desimpermeabilizar a cidade, preservar e favorecer a criação de parcelas em  terra não pavimentada, é também um dos grandes temas do futuro PLU. Os solos sem asfalto temperam mais, facilitam o desenvolvimento da biodiversidade e aliviam a pressão sobre as redes de saneamento, uma vez que as águas pluviais se infiltram. Ora a carta indicando os  solos permeáveis mostra que estes representam, sem contar os espaços verdes,  apenas 5% dos espaços públicos parisienses, e 1,26% da superfície total da capital."
E em Tomar, como estamos nessa área? Creio que poucos saberão, se é que sabem. À boa maneira tomarense, vão decerto encher a boca com a Mata, o Pinhal de Santa Bárbara, a Várzea pequena, o Mouchão, as encostas da Srª da Piedade e da Anunciada. E estarão cheios de razão. É um vasto e belo património que urge preservar. 
Dito isto, é óbvio que, com árvores grandes e mesmo cheia de buracos, a Várzea grande era bem mais útil para o ambiente, antes da "cagada" que a cobriu de lajes, assim arranjando mais uma fonte de calor, numa cidade que por vezes já não é nada fresca. Houve até quem alertasse em tempo oportuno, apresentando o exemplo do terreiro frente ao Mosteiro de Alcobaça, que já foi um jardim (ver foto acima).
Agora o mal está feito, mas é reparável. Para já importa que reconheçam o erro. Mais tarde virá o tempo de implantar o indispensável parque subterrâneo de estacionamento, instalações sanitárias e árvores de médio e grande porte, assim como de novo o campo da feira, uma vez removidas as lajes e restantes adereços inadequados aos tempos que correm. Tal como as pessoas, as cidades têm a sua personalidade. E nem todas as vestimentas lhes assentam bem. É o caso.
Que pensam, as várias candidaturas a este respeito? Manter ou alterar para melhorar?

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