Autarquia/Autárquicas 2021
Um país de funcionários municipais
Ao escrever o texto anterior, sobre a homenagem aos funcionários mais antigos, e por isso mais dedicados, lembrei-me de comparar o racio funcionário/habitantes em três cidades bem conhecidas.
Começo por Paris, capital francesa. Inserida numa região administrativa com 12 milhões de habitantes, a cidade do Sena, limitada pelo boulevard periférico, tem em 2021 2.193.013 habitantes e a Câmara de Paris emprega 55 mil funcionários. Temos assim um funcionário municipal para 40 habitantes.
Capital do país e da sua região mais povoada, o concelho de Lisboa engloba 544.851 habitantes, de acordo com o resultados dos Censos, recentemente publicados. A Câmara de Lisboa emprega 17 mil funcionários, o que representa um funcionário municipal para 32 habitantes. Ou seja, com ou sem necessidade, a capital portuguesa, governada pelos socialistas tal como a francesa, dispõe comparativamente de mais recursos humanos que Paris.
Cá muito em baixo, e com tendência para descer, aparece a nossa querida Tomar, com 36.444 habitantes no concelho, quando há dez anos eram 40 mil.
O município, cujo órgão executivo é a câmara municipal, dirigida pelo PS desde 2013, dá emprego a 613 funcionários, o que equivale a um funcionário municipal para 60 habitantes. Não é a extravagância de Lisboa, nem a riqueza de Paris, mas também não nos podemos queixar. Estamos ao nível dos concelhos alentejanos e temos uma cadeia burocrática que é das mais longas e complexas do país, sendo certo que cada funcionário redundante equivale a mais um elo nessa nefasta cadeia, que constitui um eficaz repelente para os candidatos a investir.
Não surpreende portanto que Tomar seja o 2º pior concelho da região, em termos de perda de população, ultrapassado só por Abrantes, cujos recursos turísticos não se comparam com os nabantinos.
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