sábado, 28 de agosto de 2021

 


Política local/Autárquicas 2021 

PENSAR EM TOMAR ANTES DE VOTAR

Aquele comentário com o "voto sentimental no PS", bem como a opinião segundo a qual os socialistas são favoritos,  porque as obras da Várzea e da Nun'Álvares caíram bem, são de forma escancarada produto da máquina de propaganda do PS. É natural e nada tem de criticável. Cada formação política procura vender a sua mercadoria como melhor sabe e pode. E o PS pode cada vez mais. Nomeadamente no vale nabantino.
Recomendo que em Tomar evitem votar PS para a Câmara, não por qualquer inimizade pessoal, ou compromisso com outra força política, mas tão só por divergir da política local que têm seguido, procurando na medida do possível evitar o agravamento da já dramática situação nabantina.
Sim, situação dramática. Porque, apesar de todas as tentativas para disfarçar, um concelho que vem perdendo população ao ritmo de um por cento ao ano, nos últimos dez anos, não pode ser considerado um município isento de problemas. Urge portanto agir para os resolver. E o primeiro passo nesse sentido deve ser o reconhecimento das culpas no cartório por parte dos responsáveis.
Justamente o que a maioria PS tomarense se recusa obstinadamente a fazer. Pelo contrário. Insistem por todos os meios, incluindo a compra de opiniões a publicar, que as obras da Várzea e da Nun'Álvares são um grande sucesso; as obras atrás dos bombeiros são um sucesso; as novas obras da Levada são um sucesso; o encerramento do parque de campismo foi um sucesso; a criação da Tejo Ambiente está a ser um sucesso; e por aí adiante.
Para que não repitam em vão que se trata apenas de má vontade e espírito de retaliação de quem escreve estas linhas, seguem três excertos da mais recente crónica de Santana-Maia Leonardo, publicada n'O Mirante online em 27/08/2021, e intitulada Os Marqueses de Pombal. Neste caso, marqueses de Tomar.
"Portugal está ao nível de um pequeno comerciante, cheio de dívidas e com poucos rendimentos. Não é pois altura de continuar a alimentar sonhos de grandeza, lançando obras megalómanas que não temos dinheiro para pagar."
Seguem alguns exemplos, elencados pelo autor citado, que não se referindo especificamente a Tomar, assentam que nem uma luva na maioria PS nabantina, que infelizmente não está habituada a usar esse adorno:
"Os nossos governantes e presidentes de câmara olham para os fundos europeus com a mesma mentalidade do povinho que os elegeu. Se um português entrar num hipermercado e vir sacas de ração para cães com uma promoção de 80% de desconto, compra as sacas todas, convencido de que fez um excelente negócio. Mesmo que não tenha nenhum cão."
... ... ...
"Porque os custos das obras, ao contrário do que muito idiota pensa, não se esgotam com a sua realização. É necessário depois ter dinheiro para a sua manutenção, conservação e modernização.
Além disso, é bom não esquecer que até a melhor auto-estrada só é investimento se tiver fluxo de trânsito que o justifique. Caso contrário é só despesa."
Onde estão os recursos para a manutenção das obras camarárias supracitadas? E para pôr a funcionar aquela coisa atrás dos bombeiros e o complexo da Levada, incluindo a nova construção de 2 milhões de euros?
Por tudo isto, ao não reconhecerem que estão atascados em erros até ao pescoço, se os socialistas locais conseguirem mesmo assim vencer em Setembro, será a pior coisa que pode acontecer a Tomar. Porque, uma vez mais vencedores, vão clamar que afinal fizeram tudo bem, como prova o resultado das urnas, pelo que vão insistir "no rumo certo". E continuar a asneirar até que der, com os inerentes prejuízos para os bolsos dos contribuintes e investidores. Quanto mais despesa pública, menos hipóteses de desenvolvimento. O muro de Berlim não caiu, e os países do leste europeu não implodiram no século passado, por mero acaso. Foi a economia, camaradas! Como agora em Tomar.
Peço por isso encarecidamente aos meus conterrâneos que pensem um bocadinho no futuro de Tomar, que o mesmo é dizer dos seus filhos e netos, antes de em Setembro fazerem a cruzinha no papel.

3 comentários:

  1. Não sendo a questão central da peça, mas sendo questão nuclear da avaliação da situação do Concelho, assinalo que o êxodo da população esconde um outro fato demográfico, de muita importância para o futuro, e para preparar o futuro.
    É o envelhecimento, pois que a população que sai é nova na idade é forte na energia. O contrário é certo para à população que fica: é avançada na idade é fraca na energia.
    E o futuro? Não dá votos!

    ResponderEliminar
  2. Caro António Rebelo,

    Cego é aquele que não quer ver e o PS é claramente favorito, e o meu caro tem algo pessoal contra este executivo, não entendo porque não o admite. Eu também não gosto deles, não acredito nas ideias PS e para mim quem vai para a política é para servir e não se servir. Anabela Freitas é um exemplo do último caso.

    Eu apenas sou um curioso da política, não tenho a sua experiência nem conhecimento, mas tenho a minha opinião que partilho aqui no seu blog com muito gosto.

    O povo não vota nos programas, muitos poucos os lêm. Eu considero-me uma pessoa esclarecida e não os leio. Imagino que não hajam muitas diferenças entre o programa PS e PSD, fazer obras e mais obras, não interessa o dinheiro nem a divída, ou se a obra é necessária, o que interessa é satisfazer os munícipes, que querem ver coisas novas.

    Também não acho que a resolução para os problemas demográficos estejam na Câmara. Estão a jusante, na administração central e nas leis do país. E isto é algo que eu gostava de ouvir ao candidato do CDS, explicar ás pessoas que nós não conseguimos prosperar enquanto o nosso país tiver estas leis fiscais, civis e laborais. O CEO da Ryanair, Michael O'leary queixa-se das leis laborais do nosso país, do apoio á Tap, etc... Portugal esteve na moda nos últimos anos, não sei se vai continuar a estar, eu sou residente no RU e tenho visto uns vídeos publicitários no YouTube a apelar ao Turismo do Algarve e em Portugal, mas as modas passam e a concorrência é forte. A malta tem um orçamento para as férias e pode optar por outros destinos onde se diverte por menos dinheiro.
    Nós precisamos de fábricas, precisamos de fabricar produtos que possamos consumir e exportar, e estamos a ser comidos pelos espanhóis. Os camionistas Portugueses abastecem em Espanha, os postos fronteiriços fecharam. A receita fiscal fica em Espanha.

    Eu espero que o meu candidato, que é o mesmo que o seu, o engenheiro Caldas Vieira, se prepare bem para os debates e explique aos tomarenses isto que mencionei, os resolução dos problemas não está na câmara, mas no governo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Grato pelo seu extenso e bem elaborado comentário. Embora não me agrade debater com pseudónimos, abro uma excepção por reconhecer que usa essa fórmula apenas para opinar serenamente, sem correr o riso de posterior retaliação.
      O PS é favorito, escreve você. Pois é. E daí? Quantos favoritos já foram vencidos, mesmo na política local? No caso, ainda há muita campanha pela frente e sabemos bem quais são as bases frágeis do favoritismo socialista. Estão na fase "À falta de melhor...".
      Ao contrário do que afirma, não tenho qualquer problema pessoal com os socialistas que estão. Não posso por isso vir a admitir algo que não existe. Já fui daquela casa e mantenho os meus tópicos principais. É assim tão difícil admitir que possa haver crítica política sem ataques pessoais?
      Peço licença para discordar parcialmente daquilo que afirma em relação à demografia, quando diz que não depende das autarquias, mas do governo. Se assim fosse, então a população mirraria por igual ou quase em todos os concelhos. Sucede que não é o caso, nem lá perto. Na nossa região, por exemplo, há três concelhos em acentuada decadência (Chamusca que perdeu 14,7 % da população em 10 anos, Abrantes, que perdeu 12,5% e Tomar que perdeu 10,4%). Há depois os outros concelhos, como Ourém ou Torres Novas, que perderam menos de 5%, ou seja menos de metade. Porquê tal diferença? Os néscios chupistas garantem logo que Ourém é por causa de Fátima e Torres Novas por causa da A1. Trata-se de uma palermice como outra qualquer, que sem querer invalida a sua ideia de que tudo depende do governo. As autarquias têm muita culpa no cartório, só que não lhes convém admitir, sobretudo nesta altura tão sensível para as carteiras dos candidatos em termos de futuro.
      Parece-me um pouco apressada essa sua afirmação sobre o meu candidato. O que venho escrevendo é algo diferente. Trata-se sem dúvida do melhor cabeça de lista no lote de 7. Daí a ser o meu candidato vai uma distância. Na verdade, aconselho o voto em qualquer candidatura, excepto na de Anabela Freitas, pelas razões já amplamente expostas nos meus textos.
      Vá escrevendo que a sua escrita possibilita o debate, tão necessário sempre e sobretudo nos tempos que correm.

      Eliminar