quinta-feira, 12 de agosto de 2021

 

Inauguração das residências assistidas da Misericórdia de Tomar - Foto O Mirante, com os nossos agradecimentos.

Política local/Obras/Interesses ocultos

Eu pecadora me confesso...

Não com a fórmula do título, como é lógico, mas usando outros termos, Anabela Freitas acaba mesmo assim por admitir implicitamente que está entalada entre o juramento que fez, ao tomar posse, "Juro cumprir com lealdade as funções que me são confiadas", e as sucessivas manobras ardilosas de um grupinho não eleito ou avaliado capazmente, que condiciona de facto o essencial da política autárquica, subordinando-a a interesses nem sempre confessáveis.
Em declarações ao Cidade de Tomar, página 3, edição de 13/08/21, a srª presidente da câmara informou que as obras a decorrer na Rua Torres Pinheiro/Avenida dos Combatentes da Grande Guerra não incluem a desejada rotunda da ARAL, mas deixarão tudo preparado para que possa ser construída numa empreitada posterior. Motivo de tão estranha situação, que vai originar mais despesa: A dita rotunda só poderá ser implantada após a aprovação do Plano de pormenor...do Flecheiro e Mercado. Valha-nos Deus! Se puder.
Quem mandou fazer tal plano?  O executivo, naturalmente. Ou não? Quem o elaborou? Os competentíssimos técnicos superiores da autarquia, claro está. Ou não? Para servir quem? Os contribuintes? Ou interesses menos claros de alguns? 
Seja assim ou assado, como se explica que, já no final do seu 2º mandato, oito anos de poder, na prática sempre com maioria absoluta, uma presidente de Cãmara ainda esteja a aguardar a aprovação de um plano velhote, que até já serviu em tempos para condicionar fortemente a Santa Casa da Misericórdia de Tomar? Os leitores recordam-se da inesperada renúncia, nunca explicada, do então vice-presidente da câmara, arquitecto Rui Serrano, em 2015? Quais terão sido realmente as causas? Falou-se então no Plano de pormenor do Flecheiro e mercado.
Só quem ignore totalmente os assuntos tomarenses não entenderá que, bem vistas a coisas, Anabela Freitas, a quem interessa sobretudo a permanência no poder, tem sido apenas uma presidente só para alguns sectores. No outros, naqueles que interessam, por serem bastante sumarentos, valores mais altos se levantam, que a senhora tem sido levada a respeitar.
Que valores são esses? Perguntem aos líderes da actual maioria PS. Ou então a quem mais sabe sobre o assunto, um saber de experiência feito. Refiro-me aos "Moisés das tábuas da lei", já aqui referidos em crónica anterior.
O lado curioso da história, é que o próprio nome da rotunda em questão, Rotunda da ARAL envolve a razão social de uma respeitável empresa do ramo automóvel, que tem a sua sede legal em Tomar, mas deslocalizou para Torres Novas, onde funciona de facto há anos, para protestar justamente contra os tais "Moisés das tábuas da lei". Ignoro se os actuais ou os antecessores. Tudo farinha do mesmo saco. Ou alunos da mesma escola.
É Tomar a afundar-se aos olhos de todos, e os tomarenses do peito mudos e quedos. Até quando?

Sem comentários:

Enviar um comentário